Análise e comentários:
DISCOGRAFIA DE LINKIN
PARK
13
de abril de 2023
Douglas Jefferson, bacharel em Filosofia
Imagem: divulgação.
Linkin Park é uma banda de rock estadunidense,
que mistura (principalmente) elementos de metal, hip-hop e música
eletrônica. Formada em fins do século passado, ganhou notoriedade internacional
com o álbum de estreia, Hybrid Theory (2000), o mais vendido do mundo no ano
seguinte. Com estilo altamente identificável, unindo distorções de guitarra,
Scratch de DJ, rap e intensos gritos, marcou a história de muitos jovens
millenials. Com o terceiro disco, Minutes to Midnight (2007), outro campeão de
vendas, alçou novos desafios, afastando-se da “fórmula do sucesso” rumo
experimentalismos (por vezes mais, por vezes menos) radicais.
Originalmente composta por três
amigos, Mike Shinoda, Brad Delson e Rob Bourdon, convidaram, ainda em 1996,
mais três nomes a formar o grupo: Mark Wakefield, Dave
"Phoenix" Farrell e Joe Hahn. Juntos, estava formada a Xero
(pronuncia-se “Zirou”). Chegaram a gravar amadoramente uma pequena fita cassete
com quatro músicas, mas não tiveram êxito. Desiludidos, Mark, um dos
vocalistas, e Dave, baixista, deixaram o grupo – Dave, provisoriamente,
retornando anos mais tarde. Em 1999, Jeff Blue, produtor musical, indicou um
novo vocalista ao grupo: Chester Bennington. Era a peça fundamental que
faltava. Mudaram então o nome para Hybrid Theory (“Teoria Híbrida”, em tradução
livre) e gravaram um EP, com Chester assumindo os vocais de peso e Mike, os
vocais de rap. Após tentativas fracassadas de assinar com uma gravadora,
conseguiram contrato com a poderosa Warner Bros., deixando o então nome do
grupo como título do primeiro álbum, enquanto a banda em si, em homenagem ao Lincoln
Park, Califórnia, onde se encontraram diversas vezes, trocou o nome para Linkin
Park, trazendo a ideia de vínculo, ligação, atalho, elo com a palavra “parque”,
onde há naturalmente o encontro de diferentes grupos, de diferentes estilos.
Isso, por certo, combina com a sonoridade híbrida, presente em toda discografia
do grupo.
Chester era o frontman, o
principal vocalista, a turbina da banda. É a voz de toda uma geração, tal como
foram Kurt Cobain, Axl Rose e Freddie Mercury no passado. Simplesmente, o maior
vocalista do século – talvez o último dos grandes, tendo em vista que o gênero
do rock segue a perder espaço, faz um tempo. Capaz de gritos guturais como
ninguém, excedendo 17 segundos ininterruptos em Given Up, por exemplo, não
deixa também de cantar na técnica mais afinada, alcançando notas dificílimas. Há
um anjo e um demônio em sua voz, como se diz. Versatilidade, potência vocal,
carisma. Diria que pouquíssimos artistas representam tão bem a catártica raiva,
o ódio às condições desfavoráveis, políticas ou subjetivas. Seus gritos se
conectam às trevas mais profundas de todos nós, causando identificação, como se
nossas dores enfim ganhassem voz – e não uma voz qualquer, mas “A Voz”, ecoada
milhões de vezes. Seu passado doloroso, onde sofreu abusos e se envolveu com drogas,
acabou por influenciar sua arte, tornando-a mais verossímil, com o eu-lírico e
o eu-real muitas vezes tão próximos. Infelizmente, após perder seu grande amigo
(e também cantor) Chris Cornell, perdeu-se na depressão e ceifou a própria vida,
em julho de 2017.
Mike Shinoda é o núcleo criativo do
grupo, como um líder. Ele é o segundo vocalista, muitas vezes assumindo o vocal
lírico principal. Nipo-americano, Shinoda é conhecido como o rapper do LP,
representando a forte veia de hip-hop, presente desde o início.
Compositor, designer gráfico, produtor, guitarrista, tecladista, ele é o
faz-tudo, envolvido em cada detalhe de concepção das músicas. Brad Delson, por
sua vez, é o principal guitarrista, responsável pelos estrondosos riffs
distorcidos da primeira fase, bem como por belíssimos solos, ainda que raros,
especialmente em Minutes to Midnight (2007) e The Hunting Party (2014). Rob
Bourdon, cofundador, presente pois desde a forma embrionária da banda, é o
baterista, com performances altíssimas em canções como No More Sorrow e Guilty
All The Same – com destaque para a versão ao vivo de Bleed it Out,
onde Rob constantemente realiza intensos solos de bateria. Dave
"Phoenix", baixista e vocal de apoio, retornou ao grupo durante os
eventos do primeiro disco, permanecendo até hoje. Sua atuação em Given Up
é digna de nota. Por último, Joe Hahn (ou Mr. Hahn), coreano-americano, é o DJ,
responsável pelo Scratch e sampler. É ele quem faz os toques clássicos
de In the End e Numb, por exemplo, além de ter dirigido boa parte
dos videoclipes. Entre os ex-membros estão o ex-vocalista (e letrista) Mark
Wakefield e os ex-baixistas Kyle Christener e Scott Koziol, que atuaram durante
a primeira fase.
Musicalmente, a banda é
constantemente classificada dentro no gênero do rock, mas desafia convenções ao
se valer de elementos ecléticos, como do universo hip-hop. Em seus
primeiros anos, havia um quê de pós-grunge, ainda com Wakefield nos vocais.
Avançando, já com Chester, situaram os dois primeiros álbuns de estúdio no new
metal, com mesclas de hard rock, Scratch e rap. É a fase mais
popular, entre o público-médio: tanto que, nesses discos iniciais, não há palavras
obscenas, aumentando a faixa-etária dos potenciais expectadores – além de poder
circular livremente nos horários das rádios e TVs. O amadurecimento, em estilo
e principalmente letra, deixando a zona de conforto, vem com o terceiro álbum,
Minutes to Midnight (2007). Nele, a banda explora novos horizontes, do mais pesado
ao mais leve, sem muitos enfeites eletrônicos. É uma sonoridade mais parecida
com do U2. Na sequência, com A Thousand Suns (2010), o disco mais controverso,
há uma grande ruptura: ao invés de gêneros musicais, um único conceito
histórico guia e unifica as abstrações traduzidas em sons. O grupo só volta aos
trilhos do gênero em Living Things (2012), com um rock turbinado de efeitos. Em The Hunting Party (2014), toda parte
instrumental, principalmente guitarras, com solos, mas também baixo e bateria,
ganham ênfase e tempo, com um espírito de descoberta, inovação e agressividade,
gerando um disco pesadíssimo. Seu sucessor, One More Light (2017), porém, vai
no sentido oposto, com sintetizadores, em uma pegada mais eletropop, sendo o
álbum mais leve e pessoal de toda discografia.
Em termos semânticos, havia um viés
de não-pertencimento, medo, raiva, desconcerto perante às intempéries da realidade,
nos primeiros trabalhos. Letras de forte identificação por adolescentes deslocados.
Com os demais discos, buscou-se maior profundidade lírica, investindo em poderosas
metáforas e críticas de cunho sociopolítico. Por exemplo, em What I’ve Done,
temos um eu-lírico a representar toda humanidade, corroída de remorso pelas
guerras, drogas, desigualdade social, poluição. O homem, então, deseja se
apagar e começar de novo, renascendo tal fênix nas próximas gerações, pelo
legado genético. Porém, como chaga adâmica, somos passíveis de corrupção
enquanto espécie, presos nos lapsos endêmicos da podridão. Em Burning in the
Skies, por sua vez, o agente bélico toma consciência de ter “queimado pontes”
entre os povos, não merecendo, portanto, a vida. Em The Catalyst, o
pânico aos limiares de um apocalipse nuclear, com bombas atômicas capazes de
pulverizar cidades e sangrar oceanos até o céu. São mensagens poderosas, de
fina reflexão filosófica nas entrelinhas.
Pessoalmente, posso dizer que o Linkin
Park é a banda da minha vida, acompanhando meu crescimento desde os tempos de
escola, adentrando a atual fase adulta. Eles foram (e são) tema de boa parte
dos meus passos, acolhendo dores e lágrimas.
A seguir, apresento meus comentários e análise pessoal de cada disco, dos canônicos álbuns de estúdio aos EPs menos conhecidos. Para acessar os videoclipes, quando houver, basta clicar no título da faixa:
ÁLBUNS DE
ESTÚDIO:
Hybrid Theory (2000)
Nota pessoal: 10 (perfeito)
Gênero: Nu metal; rap
metal. Gravadora: Warner Bros.
Grammy (2002): Melhor
Performance Hard Rock para Crawling.
1. "Papercut" (baixo: Ian
Hornbeck)
2. "One Step Closer"
(baixo na faixa e em turnê: Scott Koziol)
3. "With You" (batidas
adicionais por The Dust Brothers)
4. "Points of Authority"
5. "Crawling"
6. "Runaway"
7. "By Myself"
8. "In the End"
9. "A Place for My Head"
(baixo: Ian Hornbeck)
10. "Forgotten" (baixo: Ian
Hornbeck)
11. "Cure for the Itch"
12. "Pushing me Away"
Comentário:
O álbum é a maior estreia de qualquer grupo musical do século XXI, o mais
vendido do mundo no ano posterior ao lançamento e início de uma nova obsessão
global entre os jovens millenials. Marcou toda a geração. Seu título,
“Teoria Híbrida”, traduz bem o conceito do disco: o que acontece se misturarmos
determinados gêneros musicais? Central, de fato, é o rock, com distorções de
guitarra em praticamente todas as faixas, além do vocal gutural e intenso de
Chester Bennington; outras características marcantes são o rap de Mike Shinoda
e o Scratch do DJ, Joe Hahn. Aí está a essência debutante da banda, como um
“atalho no parque” frequentado por diferentes grupos, que se conhecem e se
misturam, resultando em algo novo. Do início ao fim, a sonoridade de cada
música apresenta explosões de energia juvenil, sem perder o fôlego e a
criatividade. São letras, no vigor da juventude, sobre conflitos passionais,
descontrole, traumas, quebras de confiança e muito, muito ódio envolvido. Raras
vezes o sentimento peculiar da raiva foi tão bem representado em uma obra de
arte. O eu-lírico não se aguenta, movido por pressões internas, e desata em
berros catárticos. Destaco “In the End”, maior clássico da história da
banda – e um dos hits mais marcantes da geração MTV; “Crawling”,
que ostenta uma potência vocal assombrosa de Chester; e “Papercut”, que
mistura inerentemente rap, rock e efeitos eletrônicos, num turbilhão de versos
e batidas.
Meteora (2003)
Nota pessoal: 9,8
(excelente)
Gênero: Nu metal; rap
metal. Gravadora: Warner Bros.
1. "Foreword"
(instrumental)
2. "Don't Stay"
3. "Somewhere I Belong"
4. "Lying from You"
5. "Hit the Floor"
6. "Easier to Run"
7. "Faint"
8. "Figure.09"
9. "Breaking the Habit"
10. "From the Inside"
11. "Nobody's
Listening" (falta de shakuhachi: David Zasloff)
12. "Session" (instrumental)
13. "Numb"
Comentário:
O sucessor de Hybrid Theory (2000) segue o estilo consagrado pela banda,
a saber, estrondosas guitarras, gritos, rap, Scratch e riffs viciantes,
mas peca um degrau em criatividade ao se valer, quase sempre, da fórmula do
sucesso – rap / refrão / rap / refrão / gritos / refrão. As faixas seguem uma
mesma qualidade (altíssima, vale notar), do início ao fim. As exceções são Breaking
the Habit e Nobody's Listening, que inovam, apesar dos inconfundíveis
vocais. Esta última, aliás, traz uma shakuhachi,
um tipo de flauta clássica japonesa, ao instrumental. Replicando a fórmula, na
zona de conforto, o álbum funciona e cede aos fãs tudo que deu certo
anteriormente, em escala maior. Seu título vem de “Metéora”, complexo de
mosteiros históricos encarrapitados no alto de formações rochosas, na Grécia,
indicando “elevação” em belíssima paisagem. O disco, por sua vez, também se
apresenta “nas alturas”, transportando os ouvintes aos Céus do metal, em
intenso furacão de sentimentos. Por outro lado, também traz o sombrio do mundo
suburbano das ruas californianas, em meio à arte do grafite e o skate, tendo em
vista a essência geracional originária da banda. Seu preâmbulo, Foreword,
de 13 segundos, passa a ideia de descoberta arqueológica (ou fortuita, da
mineração?), onde somos engolidos pela avalanche sonora. O pique não dá
descanso, mesmo entre as baladas mais calmas – encorpadas de distorções de
guitarras. As letras continuam no toque jovial, um pouco mais comportadas,
sobre solidão, dores passionais, orgulho, descontrole e incertezas da vida.
Destaco a, já citada, deliciosa Breaking the Habit; e dois hinos
indispensáveis ao repertório de shows do grupo: Faint e Numb.
Minutes to
Midnight (2007)
Nota pessoal: 10 (perfeito)
Gênero: Rock
alternativo; pop rock. Gravadora: Warner Bros.
1. "Wake" (instrumental)
2. "Given Up"
4. "Bleed It Out"
5. "Shadow of the Day"
6. "What I've Done"
7. "Hands
Held High"
8. "No More
Sorrow"
9. "Valentine's Day"
10. "In Between"
11. "In Pieces"
12. "The
Little Things Give You Away"
Comentário:
O terceiro álbum de estúdio quebra, enfim, a fórmula consagrada e amadurece em
todos os sentidos. Cada faixa é um universo diferente, estranhamente
interligado, com suas próprias matizes e leis – ainda que vejamos semelhanças
entre as faixas 2 e 8; e as faixas 3, 5, 9 e 11, por exemplo. Por isso, cada
música isolada funciona perfeitamente, sem depender do contexto do disco, tendo
envelhecido (todas) muito bem. Wake, o “primeiro ato”, funciona como um
poderoso despertar, que nos mantém em vigília até o encerramento, The Little
Things Give You Away, retrato dramático do Furacão Katrina – sendo, em seus
últimos acordes, uma doce junção de vozes, como a nos ninar em “minutos para
meia-noite” (ou seriam minutos para o fim do mundo? O tema político-ambiental,
enraizado no álbum, em letras maduras e altamente poéticas, permite a
interpretação). Há críticas severas, seja explicitamente, como em Hands Held
High, num rap avassalador (o melhor, até aqui) de Shinoda, seja no subtexto
– aparecendo claramente nos videoclipes. A parte instrumental e a forma não se
fazem reféns do estilo, mas seguem o que cada canção pede. Há muitos solos de
guitarra e violinos, mas poucas distorções. Os singles de peso, mais
raros, cumprem seu propósito em perfeição, especialmente Given Up (com
seu riff punk), Bleed it Out (um rap metal, como antigamente) e
No More Sorrow – munidas de intensos gritos. As faixas mais lentas, por
sua vez, costumam começar calmas, mas progredir até pontos extasiantes. Destaco
What I've Done, ímpar, com vocais e guitarras que lavam nossa alma em
cada refrão, funcionando como lapsos temporais (ou melhor, geracionais) dos
erros cometidos (e arrependidos) pela humanidade.
Faixas bônus de “Deluxe
Edition”:
13. "No Roads
Left"
14. "Across
the Line"
15. "Given Up (Third Encore
Session)"
16. "What I've Done (Distorted
Remix)"
Comentário:
Nesta versão, há quatro faixas bônus, incluindo No Roads Left, uma das
minhas favoritas, onde Mike realiza uma performance vocal surpreendentemente
poderosa. Há, ainda, a excelente e pesada Across the Line, uma gravação
alternativa e crua de Given Up e um remix, que não me agrada muito, de What
I’ve Done.
A Thousand Suns (2010)
Nota pessoal: 9,6
(excelente)
Gênero: Rock
progressivo; experimental. Gravadoras: Warner Bros.; Machine Shop.
1. "The Requiem"
2. "The Radiance" (discurso: Robert Oppenheimer)
3. "Burning in the Skies"
4. "Empty Spaces" (interlúdio)
6. "Robot Boy"
7. "Jornada Del Muerto"
8. "Waiting for the End"
9. "Blackout"
10. "Wretches and Kings" (com discurso de Mario Savio)
11. "Wisdom, Justice and Love" (discurso: Martin Luther King Jr)
12. "Iridescent"
13. "Fallout" (interlúdio)
14. "The Catalyst"
15. "The Messenger"
Comentário:
Sem dúvida, o álbum mais conceitual da banda, com elementos de rock progressivo
e muitos sintetizadores, dando sensações alucinógena, onírica e tremendamente
imersiva. O grupo se desconstruiu, aqui. Há os gritos tradicionais em apenas
uma faixa, Blackout, e a fórmula de instrumental pesado, Scratch, rap e
refrão intenso aparece somente em Wretches and Kings. Diferentemente de
seu antecessor, cada música depende (em boa medida) de seu contexto no álbum,
especialmente The Catalyst, o single principal, que soa estranho
isolado, mas se justifica dentro do conceito do disco. “A Thousand Suns”,
“um milhar de sóis”, em tradução livre, conta a História da Era Nuclear, desde
a criação da bomba atômica, com um discurso poderoso de Robert
Oppenheimer, até o fim da guerra. Outros discursos marcantes, presentes no
disco, são de Martin Luther King Jr. e Mario Savio, icônicos ativistas sociais do século XX.
Destaco as letras de Burning in the Skies, onde o eu-lírico, no instante
da morte, toma consciência de não merecer a própria vida, pois “queimou pontes”
(literais ou metafóricas, na guerra); When They Come For Me, com seu agressivo
rap antissistema, contrário aos imperativos daqueles que exigem uma
conformidade estilística da banda; e The Messenger, o amanhecer de
esperança, com Chester a gritar lindamente em acompanhamento acústico. Por tudo
isso, considero uma evolução lírica, de letras e liberdade criativa, embora nem
todas as experiências colocadas em prática tenham se consagrado, especialmente
nas versões ao vivo. Como destaque positivo, cito Waiting for the End,
com seu ritmo ousado, trazendo uma espécie de rap em balanço de reggae, e um
refrão deliciosamente cantado.
Living Things (2012)
Nota pessoal: 8,7
(ótimo)
Gênero: Rock
eletrônico; rap rock. Gravadoras: Warner Bros.; Machine Shop.
1. "Lost in the Echo"
2. "In My
Remains"
3. "Burn It Down"
4. "Lies Greed Misery"
5. "I'll Be Gone"
(violino: Owen Pallett)
6. "Castle of Glass"
7. "Victimized"
8. "Roads Untraveled"
9. "Skin to Bone"
10. "Until It Breaks"
11. "Tinfoil" (instrumental)
12. "Powerless"
Comentário:
“Living Things”, ou “Seres Vivos”, volta o grupo aos temas subjetivos,
menos políticos como nos dois álbuns anteriores, com letras profundas e maduras
sobre sentimentos comuns à humanidade, como o luto, a decepção, o rancor e a
amizade. De início, temos uma pancada, com Lost in the Echo, um “rap
rock” no padrão das antigas, mas ainda melhor, pois não trata de meros
infortúnios juvenis, mas da aceitação da morte de quem amamos – e desejamos
“libertar”. Há um quê de fantasmagórico e assombroso nessa música, que a faz
grandíssima na musicografia da banda. O pique não cai nas próximas faixas, com
canções fortes e eletrizantes, mas cambaleia perto do fim do disco, onde o
experimentalismo (principalmente instrumental) volta a surgir mansamente.
Resultado: o fôlego acaba antes do que deveria, fazendo Powerless, o
desfecho, soar esquecível, apagada. Isto é, gosto muito da primeira metade da
obra, mas tenho minhas ressalvas à segunda metade. Ainda assim, há um
renascimento em termos de vitalidade, provando que Chester não-mais-tão-jovem
continua a gritar e cantar como sempre – quiçá até melhor, com mais técnica; e
Mike, já maduro, segue a compor versos cada vez melhores. Em termos de gênero,
sintetizadores e efeitos eletrônicos, no geral, dividem espaço com guitarra,
bairro e bateria, formando paredões de rock eletrônico, em especial nos
explosivos refrões. Há, ainda, certo gosto de música folk, como na
acústica de Castle of Glass, e punk, na curtíssima e agressiva Victimized.
The Hunting Party (2014)
Nota pessoal: 9,0
(excelente)
Gênero: Rock
alternativo; rap metal. Gravadoras: Warner Bros.;
Machine Shop.
1. "Keys to the Kingdom"
2. "All for Nothing" (feat.
Page Hamilton)
3. "Guilty All the Same" (feat. Rakim)
4. "The Summoning"
(interlúdio)
5. "War"
6. "Wastelands"
7. "Until It's Gone"
8. "Rebellion"
(feat. Daron Malakian)
9. "Mark the Graves"
10. "Drawbar"
(instrumental / feat. Tom Morello)
11. "Final Masquerade"
12. "A Line in the Sand"
Comentário:
Sendo o álbum mais pesado do grupo, (talvez) desde Meteora (2003), “The
Hunting Party” nos leva por uma montanha russa de guitarras enlouquecidas.
A parte instrumental, em especial a bateria de Rob Bourdon e o metal de Brad
Delson, nunca tiveram tanto destaque – e tempo, tendo em vista os longos solos,
como na introdução de Guilty All the Same, feita em parceria com o
rapper Rakim. “A festa de caça” representa a reunião do grupo no objetivo de
buscar (e capturar) novas e desafiantes sonoridades. Aqui, o resultado é um
rock pleno de vitalidade, barulhento, como jovens a descobrir o metal em
garagens americanas. Entre as faixas, há pequenos interlúdios que lembram
velhas fitas de infância, como crianças brincando e tiros de videogame, o que
aumenta essa sensação de retorno aos tempos eufóricos, lúdicos e inesgotáveis.
Até as faixas “menos agressivas” são pesadas, com guitarras estrondosas – a
exceção é a instrumental, Drawbar, composta em parceria com Tom Morello,
do Rage Against the Machine e Audioslave. Há gritos de Chester, como
antigamente, em pelo menos metade das canções do disco – mesmo número do
segundo álbum, lançado mais de década antes. No que se refere às letras, o
cunho político-social volta com força, direcionando críticas às circunstâncias
degradadas da vida moderna, onde guerra e destruição são o padrão esperado.
Vemos isso principalmente em Rebellion, que conta com a participação de Daron
Malakian, guitarrista do System of a Down, e diz, em seu delicioso refrão: “Nós
somos os afortunados / que nunca enfrentaram as armas da opressão”, em clara
ironia às gerações que “perderam antes de começar”, dóceis ao poder estatal.
One More Light (2017)
Nota pessoal: 8,2
(ótimo)
Gênero: Eletropop;
pop rock. Gravadoras: Warner Bros.; Machine Shop.
1. "Nobody Can Save Me"
2. "Good Goodbye" (feat. Pusha T & Stormzy)
3. "Talking to Myself"
4. "Battle Symphony"
5. "Invisible"
7. "Sorry for Now"
8. "Halfway Right"
9. "One More Light"
10. "Sharp Edges"
Comentário:
O último álbum é quase uma antítese de seu antecessor. Não há gritos, nem
poderosas guitarras, e o rap está reduzido a duas faixas, sendo marcante apenas
em uma, Good Goodbye, onde Mike divide versos com os rappers Pusha T e Stormzy.
Outra parceria, dessa vez de forma inédita, aparece no vocal feminino de Kiiara,
em dueto com Chester, com o single Heavy. Há, em boa parte do
disco, distorções vocais graves e agudas, que funcionam como riffs e dão
um certo sabor de ingenuidade. Apesar do instrumental menos enérgico, com uma
pegada pop e eletrônica, com exceção das últimas duas canções, de caráter mais
acústico, as letras mantêm a pegada fortemente emocional dos trabalhos
anteriores – aqui, voltando aos temas subjetivos. É como se tudo ocorresse em
limiares: entre a vigília e o sono, entre o fim de tarde alaranjado e a noite
estrelada. Uma aura onírica e crepuscular ronda o disco, do início ao fim, como
se o subconsciente, tomado por memórias e traumas, ganhasse cada vez mais voz.
Sem dúvida, é a obra mais íntima da banda. O coração dos músicos está exposto
em cada nota, cada verso, com delicadeza. Passados muitos anos de estrada, o
grupo sente o avançar brutal do tempo e toma consciência da finitude da vida,
tão valiosa em cada um dos milhões de entes no planeta. Momentos escondidos nos
baús do passado (em longínquas e, muitas vezes, dolorosas infâncias),
materializam-se e ressignificam o presente. Com a partida de Chester, levado
pela depressão, meses após o lançamento do álbum, tudo ganha uma nova camada de
sentido – com o eu-lírico apontado para si, alinhado (infelizmente) com a
realidade.
ÁLBUNS AO
VIVO:
Live in Texas (2003)
“Ao vivo, com DVD”
Nota pessoal: 9,7
(excelente)
Gênero: Nu metal; ao
vivo. Gravadora: Warner Bros.
1. "Somewhere I Belong"
2. "Lying from You"
3. "Papercut"
4. "Points of Authority"
5. "Runaway"
6. "Faint"
7. "From the Inside"
8. "P5hng me
A*wy"
9. "Numb"
10. "Crawling"
11. "In the End"
12. "One Step Closer"
Comentário: Filmado em Houston, Texas, é o primeiro
álbum ao vivo da banda, com músicas da fase nu metal, isto é, dos dois
primeiros discos – além de P5hng me A*wy, ótima versão alternativa de Pushing
Me Away, presente no CD de remixes, Reanimation (2002). São (todas)
apresentações poderosas, com Mike e Chester no auge de suas vitalidades
físicas. Surpreende a proximidade da sonoridade do show com as versões de
estúdio – coisa rara, tendo em vista que muitos artistas decaem de qualidade ao
vivo. A voz de Chester, principalmente em Crawling, está com aquela
rouquidão característica, talvez não muito apropriada à sua saúde vocal, mas
avassaladora em meio às multidões. Nos álbuns posteriores, essa técnica foi
sendo adaptada, mas aqui aparece sem moderação. É um turbilhão, do início ao
fim. Junto ao disco, há ainda uma versão em DVD, com cinco músicas bônus.
Road to
Revolution: Live at Milton Keynes
(2008)
“Ao vivo, com DVD”
Nota pessoal: 9,0
(excelente)
Gênero: Rock
alternativo; ao vivo. Gravadora: Warner Bros.
1. "One Step Closer"
2. "From the Inside"
3. "No More Sorrow"
4. "Given Up"
5. "Lying from You"
6. "Hands
Held High" (acappella)
7. "Leave Out All the Rest"
8. "Numb"
9. "The Little Things Give You Away"
10. "Breaking the Habit"
11. "Shadow of the Day"
12. "Crawling"
13. "In the End"
14. "Pushing
Me Away" (piano e voz)
15. "What I've Done"
16. "Numb/Encore" (feat.
Jay-Z)
17. "Jigga What/Faint" (feat.
Jay-Z)
18. "Bleed It Out" (com
solo de bateria)
Comentário: Gravado no estádio National Bowl, Milton
Keynes, Inglaterra, o álbum conta com um DVD e um CD do mesmo show, contendo composições
dos três primeiros discos do grupo, além de duas faixas, Numb/Encore e Jigga
What/Faint, com participação especial do rapper Jay-Z. Destaco as três
primeiras faixas, com uma canção de cada álbum, cronologicamente, mostrando as
diferenças de sonoridade ao longo do tempo, sem perder o fôlego, com gritos
retumbantes até à sexta faixa, Hands Held High, que dá uma acalmada, em
versão acapella. Outra “calma”, aqui, em voz e piano, é Pushing Me Away,
com belíssimo vocal de Chester. Há introduções e encerramentos novos para
muitas músicas, com liberdade instrumental. Na versão em vídeo, temos acesso a
bônus exclusivos, com ainda mais performances. Grande show.
One More Light
Live (2017)
“Ao vivo”
Nota pessoal: 9,2
(excelente)
Gênero: Pop rock
alternativo; ao vivo. Gravadora: Warner Bros.
1. "Talking
to Myself" (com versos de Roads Untraveled)
2. "Burn It Down"
3. "Battle Symphony"
4. "New Divide"
5. "Invisible"
6. "Nobody Can Save Me"
7. "One More Light"
8. "Crawling"
(piano e voz)
9. "Leave Out All The Rest"
10. "Good Goodbye" (feat. Stormzy)
11. "What I’ve Done"
12. "In the End"
13. "Sharp
Edges"
14. "Numb" (com versos de
Numb/Encore)
15. "Heavy"
16. "Bleed It Out"
Comentário: Gravado durante a última turnê da banda,
foi o primeiro lançamento após o falecimento do principal vocalista, Chester
Bennington. Apresenta, em sua grande maioria (8 faixas, precisamente), canções
do sétimo álbum, One More Light (2017), o que deixa o show mais “morno”, mais
calmo, mas nem por isso pior. Considero que as versões ao vivo das músicas
novas, especialmente “Heavy”, aqui cantada solo por Chester, são até
mais empolgantes que as versões de estúdio, pela maior ênfase às guitarras. Há,
ainda, 2 faixas de Hybrid Theory (2000); 1 de Meteora (2003); 3 de Minutes to
Midnight (2007) e 1 de Living Things (2012), sem contar versos de Roads Untraveled, que aparecem na introdução de
Talking to Myself. Dos álbuns restantes, não há qualquer participação
direta. Os tradicionais gritos guturais aparecem apenas na ponte de What
I’ve Done e Bleed it Out. Destaco Good Goodbye, com uma
estrofe nova, em rap, de Mike, e participação de Stormzy. Por tudo isso,
trata-se de um disco um tanto diferente, servindo como celebração à memória de
Chester, que, embora mais velho, arranca performances espetaculares em One
More Light, Crawling (à voz e piano) e Sharp Edges.
ÁLBUNS REMIXES:
Reanimation (2002)
“Remix”
Nota pessoal: 8,7
(ótimo)
Gênero: Hip-hop;
eletrônica; rap rock. Gravadora: Warner Bros.
1. "Opening"
2. "Pts.OF.Athrty" (feat. Jay
Gordon)
3. "Enth E Nd" (feat. KutMasta
Kurt & Motion Man)
4. "[Chali]"
5. "Frgt/10" (feat. Alchemist
& Chali 2na)
6. "P5hng Me A*wy" (feat. Stephen
Richards)
7. "Plc.4 Mie Hæd" (feat. Amp
Live & Zion)
8. "X-Ecutioner Style" (feat.
Sean C, Roc Raida & Black Thought)
9. "H! Vltg3" (feat. Evidence,
Pharoahe Monch & DJ Babu)
10. "[Riff Raff]"
11. "Wth>You" (feat. Aceyalone)
12. "Ntr\Mssion"
13. "Ppr:Kut" (feat. Cheapshot,
Jubacca, Rasco & Planet Asia)
14. "Rnw@y" (feat. Backyard
Bangers & Phoenix Orion)
15. "My<Dsmbr" (feat. Mickey
P. & Kelli Ali)
16. "[Stef]"
17. "By_Myslf" (feat. Josh
Abraham & Stephen Carpenter)
18. "Kyur4 th Ich"
19. "1Stp Klosr" (feat. The
Humble Brothers & Jonathan Davis)
20. "Krwlng" (feat. Aaron
Lewis)
Comentário: Primeiro álbum de remixes do grupo, reinventa
os arranjos, mais puxado ao hip-hop e música eletrônica. Para cada
faixa, foram convidados DJs, rappers e músicos no geral, como Jonathan Davis,
do Korn, com versos exclusivos à versão, ampliando ainda mais o conceito de
“encontro e mistura, no parque”. São faixas tão bem trabalhadas que foram
desenvolvidos videoclipes promocionais ao álbum.
Recharged (2013)
“Remix”
Nota pessoal: 5,7
(regular)
Gênero: Dubstep; eletrônico.
Gravadora: Warner Bros.
1. "A Light That Never Comes" (feat. Steve Aoki)
2. "Castle of Glass (Remix de M.
Shinoda)"
3. "Lost in the Echo (Remix de
KillSonik)"
4. "Victimized (Remix de M. Shinoda)"
5. "I'll Be Gone (Remix de Vice)"
(feat. Pusha T)
6. "Lies Greed Misery (Remix de
Dirtyphonics)"
7. "Roads Untraveled (Remix de Rad
Omen)" (feat. Bun B)
8. "Powerless (Remix de Enferno)"
9. "Burn It Down (Remix de Tom
Swoon)"
10. "Until It Breaks (Remix de
Datsik)"
11. "Skin to Bone (Remix de Nick
Catchdubs)" (feat. Cody B. Ware & Ryu)
12. "I'll Be Gone (Remix de
Schoolboy)"
13. "Until It Breaks (Remix de Money
Mark Headphone)"
14. "A Light That Never Comes (Reboot
de Rick Rubin)"
Comentário: Segundo álbum remix, dessa vez
desconstruindo e reinterpretando todas canções de Living Things (2012), com
exceção de In My Remains e Tinfoil, o disco traz a boa e inédita A
Light That Never Comes, com participação do DJ Steve Aoki. Cada faixa é um
remix diferente, com artistas da música eletrônica e, por vezes, rappers, como Pusha
T, de Good Goodbye, presente em One More Light (2017), Bun B, Cody B.
Ware e Ryu, todos a criar novas rimas às canções propostas. Porém, o disco em
si é maçante, cansativo, com remixes longos e exaustivas batidas, lembrando o
ambiente de uma rave.
TRILHAS SONORAS:
8-Bit Rebellion! (2010)
“Trilha sonora de jogo”
Nota pessoal: 6,9
(bom)
Gênero: Chiptune
(8-bit); rock alternativo. Gravadora: Warner Bros.
1. "One Step Closer (8-Bit)"
2. "Crawling (8-Bit)"
3. "In the End (8-Bit)"
4. "Faint (8-Bit)"
5. "QWERTY (8-Bit)"
6. "Hands
Held High (8-Bit)"
7. "No More Sorrow (8-Bit)"
8. "New Divide (8-Bit)"
9. "Apartment Theme (Bônus)"
10. "Boss Theme (Bônus)"
11. "Mall Theme (Bônus)"
12. "Pre-Boss Theme (Bônus)"
13. "Blackbirds"
Comentário: Lançado como trilha sonora do videogame
homônimo, feito e inspirado pela própria banda, o disco traz a ótima Blackbirds
como novidade. Ademais, apresenta versões de músicas dos três primeiros álbuns,
em 8-Bit, isto é, no formato musical dos videogames antigos, dos anos 80, além
de QWERTY e New Divide. Também temos acesso a quatro faixas
bônus, com instrumentais, também em 8-Bits, exclusivas do jogo.
Mall: Music from
the Motion Picture (2014)
“Trilha sonora de filme / Com Alec Puro”
Nota pessoal: 7,2
(muito bom)
Gênero: Rock
alternativo; trilha sonora. Gravadora: Warner Bros.
1. "White Noise"
2. "Jeff Walks"
3. "Mall Blueprint"
4. "Jeff Makes Observations"
5. "Mal RX7" (Instrumental)"
6. "Barry's Story"
7. "Changing Room Tease"
8. "Danny in Police Car - Mal Gears
Up"
9. "Mal Gives Barry Second Chance -
Mal Unloads"
10. "Mall Carnage - Mal Stalked"
11. "It Goes Through"
12. "Cops Arrive"
13. "Danny's Lucky Day"
14. "Jeff Philosophizes to Donna"
15. "Jeff and Donna Connect"
16. "Jeff Trips in the Mirror"
17. "Adele and Danny in the Backseat"
18. "Mal vs. Helicopter"
19. "Devil's Drop"
20. "TV Comes to Life - Mal and Jeff"
21. "The Last
Line"
22. "Danny Goes Home"
23. "Dancer" (Instrumental)"
Comentário: Produzido e composto pelo Linkin Park, com
exceção de Rob e Brad, além de Alec Puro, baterista da Deadsy, é a trilha
oficial do filme homônimo, dirigido pelo DJ da banda, Joe Hahn. Traz um ótimo e
pesado tema principal, White Noise, cantado por Chester. Há também mais
três canções letradas, cantadas por Mike: It Goes Through, Devil's
Drop e The Last Line, todas calmas, com instrumental acústico ou em
sintetizadores. As demais faixas são incidentais, de apoio às cenas específicas
do filme, com alta carga de tensão e base eletrônica.
EP & SINGLES
COLABORATIVOS:
Collision Course (2004)
“EP & DVD / Com Jay-Z”
Nota pessoal: 10 (perfeito)
Gênero: Hip hop; rap
rock. Gravadora: Rock-A-Fella; Warner Bros.
Grammy (2006): Melhor
Colaboração Rap/Canção.
1. "Dirt off Your Shoulder/Lying
from You"
2. "Big Pimpin'/Papercut"
3. "Jigga What/Faint"
4. "Numb/Encore"
5. "Izzo/In the End"
6. "Points of Authority/99
Problems/One Step Closer"
Comentário: O EP traz seis faixas, que mesclam em
perfeição o rock com o hip-hop. Algumas, privilegiam o arranjo
instrumental do metal; outras, apoiam-se nos arranjos de rap, resultando em uma
experiência imersiva, disruptiva em sonoridade ao habitual hibridismo
estilístico do grupo, com criações altamente opostas a, de alguma forma,
combinar-se. O polo de rock, apesar da agressividade, traz letras populares,
que causam identificação; por outro lado, a lírica de Jay-Z usa e abusa de
gírias e palavrões, dando uma ideia politicamente incorreta e autêntica,
refletindo as vivências raciais do artista. Colaboração histórica, que rendeu
um Grammy. Aliás, cito aqui a apresentação de Numb/Encore, acrescida de Yesterday,
dos Beatles, na cerimônia, onde a banda e Jay-Z cantaram ao lado de Paul
McCartney.
We Made It (2008)
“Single / Com Busta
Rhymes”
Nota pessoal: 9,0
(excelente)
Gênero: Hip hop;
rap rock. Gravadoras: Aftermath; Interscope.
1. "We Made It"
2. "We Made It" (Acappella)
3. "We Made It" (Instrumental)
Comentário: O single do rapper Busta Rhymes
conta com a participação de Mike Shinoda, cantando uma estrofe inteira de rap,
e Chester, nos refrões. É a colaboração mais significativa da banda, desde Collision
Course (2004), com batidas de hip-hop, um belo riff de piano e
versos que exaltam a vitória do artista negro, em meio às tantas adversidades
sociais. No disco single, também estão presentes as versões acapella e
instrumental.
Darker Than Blood (2015)
“Single in Neon Future II / Com Steve Aoki”
Nota pessoal: 8,5
(ótimo)
Gênero: Eletrônica.
Gravadoras: Ultra; Dim Mak.
1. "Darker Than Blood" (feat.
Steve Aoki)
Comentário: Single lançado por um dos maiores
DJs do mundo, Steve Aoki, com participação do Linkin Park, traz letra sombria
em atmosfera completa de música eletrônica, com batidas de balada. Tão boa
quanto a primeira colaboração entre os artistas, em A Light That Never Comes,
do álbum remix Recharged (2013). Há ainda um EP de Steve, com quatro remixes da
faixa.
EPS, SINGLES
& DEMOS:
Xero (1997)
“Demo / Banda: Xero”
Nota pessoal: 5,5
(regular)
Gênero: Nu metal; pós-grunge.
Produção: Mike Shinoda (independente).
Lado A:
1. "Rhinestone"
2. "Reading My Eyes"
Lado B:
3. "Fuse"
4. "Stick N' Move"
Comentário: Primeira gravação do grupo, ainda sob o
nome de Xero (“Zirou”), com Mark Wakefield dividindo os vocais ao lado de
Shinoda, trata-se de 4 faixas gravadas em uma fita cassete – raríssima, hoje em
dia. Na primeira música do Lado A, Rhinestone, temos uma versão-beta da
conhecida Forgotten, de Hybrid Theory (2000). As outras, foram deixadas
de lado posteriormente, com uma breve lembrança à Reading My Eyes no Underground
6 (2006), tocada ao vivo, com Chester nos vocais. Percebe-se o germe que, mais
tarde, desenvolveu-se para aquilo que conhecemos, primeiramente (aqui) em uma
fusão de rap e pós-grunge, mas a baixa qualidade da gravação não colabora para
um melhor aproveitamento dessa “pré-estreia”.
Hybrid Theory EP (1999)
“EP / Banda: Hybrid Theory”
Nota pessoal: 7,6
(muito bom)
Gênero: Nu metal; rap.
Gravadora: Mix Media Entertainment.
1. "Carousel"
2. "Technique (Short)"
(Instrumental)
3. "Step Up"
4. "And One"
5. "High Voltage"
6. "Part Of Me" (com bônus
instrumental em 9:58)
Comentário: Considerado o primeiro Extended Play
do fanclub, LPUnderground, o disco, lançado em fins do século passado,
apresenta o canto do galo do que veio a se tornar o Linkin Park, ainda chamado,
aqui, de Hybrid Theory. No baixo, com a ausência de Dave Farrell, Kyle
Christner assumiu a função. Com a entrada de Chester, e seu vocal rasgado e
poderoso, a identidade do grupo estava formada: rock pesado, muito Scratch e
rap. Verborrágicas e um tanto pretensiosas, as letras se mostram ainda
imaturas, principalmente no saturado rap metalinguístico. A ambientação
suburbana, remetendo aos parques de encontro, gera uma atmosfera sombria, onde
jovens se perdem (para as drogas, por exemplo). Destaco as faixas: Carousel,
And One e Part Of Me, que conta com um easter-egg na
minutagem 9:58, após longos minutos “propositalmente bugados”.
Underground 2.0 (2002)
“EP”
Nota pessoal: 7,5
(muito bom)
Gênero: Nu metal; rap;
pop rock. Gravadora: Warner Bros.
1. "A.06" (Instrumental)
2. "With You (Live)"
3. "Pts.Of.Athrty (Crystal Method
Remix)"
4. "Dedicated
(1999 Demo)"
5. "High
Voltage (Live)"
6. "My
December"
Comentário: Segundo EP exclusivo do fanclub,
Underground 2.0 traz um pequeno (e bom) instrumental na abertura; um remix de Points
of Authority; duas músicas ao vivo, With You e High Voltage,
e duas outras inéditas: Dedicated, com um dos melhores raps de Shinoda,
ainda antes do álbum de estreia, e My December, clássico-cult da banda,
uma lenta e comovente balada de inverno. Por estas duas últimas citadas, vale
muito a pena conferir.
In the End: Live
& Rare (2002)
“EP”
Nota pessoal: 7,9
(muito bom)
Gênero: Nu metal;
rap metal. Gravadora: Warner Bros.
1. "In The End"
2. "Papercut (Live at Docklands
Arena, London)"
3. "Points Of Authority (Live at
Docklands Arena, London)"
4. "A Place For My Head (Live at
Docklands Arena, London)"
5. "Step Up (1999 Demo)"
6. "My December"
7. "High
Voltage (2000 Reprise)"
Comentário: Com três faixas ao vivo, tendo músicas de
Hybrid Theory (2000), gravadas em Londres, e quatro faixas de estúdio, In
The End, Step Up, My December e High Voltage, em
versão um pouco diferente da lançada em 1999, com Mike cantando o refrão no
lugar do “robô”, o EP traz poucas novidades, mas serve para apresentar um pouco
da primeira fase do grupo, com B-sides menos conhecidas.
Underground 3.0 (2003)
“EP / Ao vivo”
Nota pessoal: 8,0
(ótimo)
Gênero: Nu metal; ao
vivo. Gravadora: Warner Bros.
1. "Don't Stay (Live)"
2. "Figure.09 (Live)"
3. "With You (Live)"
4. "By Myself (Live)"
5. "A Place For My Head (Live)"
Comentário: Cinco performances ao vivo compõem o EP.
São faixas reeditadas da turnê Live in Texas, com canções (sendo nenhum single
promocional) dos dois primeiros álbuns de estúdio da banda. Apresentações
poderosas, enérgicas, gritadas, com todo estilo característico do nu metal.
Para quem gosta dessa primeira fase, pode aproveitar.
Underground 4.0 (2004)
“EP”
Nota pessoal: 8,4
(ótimo)
Gênero: Rock
alternativo; hip hop. Gravadora: Warner Bros.
2. "Breaking
the Habit (Live)"
3. "Standing
In The Middle (com KutMasta Kurt & Motion Man)"
4. "Step Up/Nobody's Listening/It's Goin'
Down (Live)"
5. "Wish (Live, cover)"
6. "One Step
Closer (Live, feat. Jonathan Davis)"
Comentário: Inicia-se em Sold My Soul To Yo Mama,
divertida faixa de estúdio, gravada durante Collision
Course (2004), com ampla demonstração instrumental, especialmente de
Scratch e baixo. Standing In The Middle, também de estúdio, mantém-se na
batida hip-hop. As demais canções são apresentações ao vivo, como Breaking
the Habit, que conta com uma introdução nova, à voz e piano; Wish,
poderoso cover de Nine Inch Nails; One Step Closer, com participação
especial de Jonathan Davis, do Korn, a cantar versos presentes na versão de
Reanimation (2002); e um pot-pourri de Step Up, Nobody's
Listening e It's Goin' Down, comandado por Mike, no ponto alto do
EP.
Underground 5.0 (2005)
“EP / Ao vivo”
Nota pessoal: 8,0
(ótimo)
Gênero: Rap rock; ao
vivo. Gravadora: Warner Bros.
1. "Somewhere I Belong (Live)"
2. "Breaking the Habit (Live)"
3. "Public
Service Announcement – Intro (Live, com Jay-Z)"
4. "Dirt Off Your Shoulder/Lying
From You (Live, com Jay-Z)"
5. "Big Pimpin'/Papercut (Live, com
Jay-Z)"
6. "Jigga What/Faint (Live, com
Jay-Z)"
Comentário: Segundo EP totalmente ao vivo, o disco
reúne duas canções de Meteora (2003), com performances extraordinárias em Breaking
the Habit, e quatro músicas de Collision Course (2004), com Jay-Z dividindo
os vocais, incluindo Public Service Announcement, uma espécie de
apresentação do rapper convidado. Aos admiradores da parceria, segue como uma
espécie de extensão da colaboração em estúdio.
Underground 6 (2006)
“EP”
Nota pessoal: 8,6
(ótimo)
Gênero: Rap rock.
Gravadora: Warner Bros.
1. "Announcement
Service Public"
2. "QWERTY"
3. "QWERTY (Live)"
4. "Pushing
Me Away (Live)"
5. "Breaking
the Habit (Live)"
6. "Reading
My Eyes (Live)"
Comentário: O melhor EP Underground, até aqui, traz QWERTY,
uma das músicas mais pesadas da história da banda, ainda que pouco conhecida,
em versão de estúdio e ao vivo. Destaco, nela, o poder vocal de Chester, que
grita em boa parte do refrão, e o instrumental, especialmente riff de
guitarra, baixo e bateria. Na sequência, três canções ao vivo, iniciando com Pushing
Me Away, à voz e piano, em outra performance espetacular de Chester, a
cantar doce e lindamente, provando a extensão de seus recursos vocais. Em Breaking
the Habit, voz e piano solo aparecem no começo e no fim da canção. Para
encerrar, uma raridade: Reading My Eyes, original de 1997, isto é, uma
das mais antigas do grupo – aqui, com Bennington no lugar do antigo vocalista, Mark
Wakefield. Outro destaque é a faixa número 1, Announcement Service Public,
uma abertura de caráter cômico, mas intenso, com gritos (aparentemente sérios)
a dizer (de trás para frente): “você deve escovar seus dentes e você deve lavar
suas mãos”.
Underground 7 (2007)
“EP / Ao vivo”
Nota pessoal: 8,5
(ótimo)
Gênero: Rap rock; ao
vivo. Gravadora: Warner Bros.
1. "No More
Sorrow"
2. "What I've Done"
3. "One Step Closer"
4. "Given Up"
5. "Numb"
6. "Crawling"
7. "The
Little Things Give You Away"
8. "In the End"
9. "Bleed it
Out"
10. "Faint"
Comentário: Maior Underground ao vivo, o disco reúne
10 canções, dos três primeiros álbuns. Três de Hybrid Theory (2000), duas de
Meteora (2003) e cinco de Minutes to Midnight (2007), então disco de promoção
do grupo. São performances poderosas, enérgicas, com apenas uma faixa mais
calma, The Little Things Give You Away. Como ponto forte, há introduções
e acréscimos exclusivos aos shows, como a abertura de No More Sorrow e o
longo solo de bateria, em Bleed it Out. As gravações foram tiradas do Projekt
Revolution daquele ano.
Mmm...Cookies - Sweet Hamster Like Jewels from
America! (2008)
“EP”
Nota pessoal: 5,0
(regular)
Gênero: Rock
cômico; acústica; eletrônica. Gravadora: Warner Bros.
1. "You Ain't Gotsta Gotsta"
2. "Bubbles"
3. "No Laundry"
4. "Da Bloos"
5. "PB N' Jellyfish"
Comentário: Atribuído ao pseudônimo “Mmm...Cookies”, o
EP é basicamente uma sátira de si mesmo. Nenhuma música é levada à sério, com
performances e letras cômicas e sem sentido. Pode ser interpretado como uma
resposta irônica da banda aos fãs, que exigiam canções inéditas nos discos
Underground. Embora longe de ser bom, há momentos bem divertidos e
descontraídos, como na faixa 5, a “canção da água-viva”. Instrumentalmente, voz
e violão dominam, com exceção da eletrônica (de gosto muito duvidoso), no
encerramento: 26 Lettaz In Da Alphabet.
Songs from the
Underground (2008)
“EP”
Nota pessoal: 8,8
(ótimo)
Gênero: Rap rock.
Gravadora: Warner Bros.
1. "Announcement Service Public"
2. "QWERTY"
3. "And One"
4. "Sold My Soul to Yo Mama"
5. "Dedicated (Demo 1999)"
6. "Hunger Strike" (Chris Cornell, feat. Chester Bennington, live in “Projekt
Revolution” 2008)
7. "My
December (Live 2008)" (voz e piano)
8. "Part of Me"
Comentário: Seleção com algumas das melhores músicas
presentes nos EPs Underground, incluindo QWERTY, And One e Dedicated.
Traz ainda duas belas faixas ao vivo: My December, à voz e piano, e Hunger
Strike, do Temple of the Dog, com um dueto entre os talentosos amigos
Chester e Chris Cornell.
Live from SoHo (2008)
“EP / Ao vivo”
Nota pessoal: 8,5
(ótimo)
Gênero: Rock
alternativo; ao vivo. Gravadora: iTunes.
1. "Wake (live)"
2. "Given Up (live)"
3. "Shadow of the Day (live)"
4. "My December (live, piano e voz)"
5. "In
Pieces (live)"
6. "Bleed It Out (live)"
Comentário: Gravado em Soho, Inglaterra, e disponível
pelo iTunes, o EP traz 5 faixas de Minutes to Midnight (2007), incluindo In
Pieces, além de My December, da fase inicial, em piano e voz. Começa
e termina pesado, mas ameniza o ritmo, com baladas, ao meio. Bom termômetro de
uma fase eclética do grupo.
Underground 9:
Demos (2009)
“EP / Demo”
Nota pessoal: 7,5
(muito bom)
Gênero: Rap rock; rock
alternativo. Gravadora: Warner Bros.
1. "A-Six (versão estendida de A.06,
de 2002)"
2. "Faint
(demo 2002)"
3. "Sad (demo de By Myself,
1999)"
4. "Fear (demo de Leave Out All The Rest, 2006)"
5. "Figure.09
(demo 2002)"
6. "Stick and Move (demo de Runaway,
1998)"
7. "Across
the Line (demo não-lançada, 2007)"
8. "Drawing (demo de Breaking the
Habit, 2002)""
9. "Drum Song (demo de The Little
Things Give You Away, 2006)"
Comentário: Novamente com faixas inéditas, o EP traz
versões demonstrativas de canções de 1998 à 2007. Nisso, temos acesso aos
“rascunhos” de grandes hits. Faint, Leave Out All The Rest
e Figure.09 ganham até letras alternativas. Por certo, não são
composições tão boas quanto às definitivas, mas representam grande valor aos
fãs mais assíduos e curiosos. Em Fear, demo de 2002, temos até Mike
assumindo os vocais líricos – coisa rara, até então. O grande destaque da obra
é a ótima Across the Line, descartada de Minutes to Midnight (2007): ela
conta as batalhas perdidas de um homem e uma mulher, num mundo de violência e
drogas, esperando o instante propício a apertar o gatilho, em grande
performance de Chester.
New Divide (2009)
“Single in Transformers: Revenge of the Fallen
- The Album”
Nota pessoal: 10 (perfeito)
Gênero: Hard rock.
Gravadora: Warner Bros.
1. "New Divide"
2. "New Divide (Instrumental)"
3. "New Divide (Acappella)"
Comentário: Tema principal do segundo filme da
franquia Transformers, foi sucesso imediato – seguindo What I’ve Done,
do primeiro filme, e abrindo espaço à Iridescent, do terceiro. Com seu riff,
refrão, guitarras e vocais em alta intensidade, combina perfeitamente à atmosfera
cinematográfica dos filmes de ação, cheios de efeitos tecnológicos. O single
ainda acompanha mais duas versões: instrumental e acapella.
Underground X:
Demos (2010)
“EP / Demo”
Nota pessoal: 7,8
(muito bom)
Gênero: Rock
alternativo. Gravadora: Warner Bros.
1. "Unfortunate (demo não-lançada,
2002)"
2. "What We
Don't Know (demo não-lançada, 2007)"
3. "Oh No (demo de "Points
of Authority")"
4. "I Have
Not Begun (demo não-lançada, 2009)"
5. "Pale (demo não-lançada, 2006)"
6. "Pretend
to Be (demo não-lançada, 2008)"
7. "Divided (demo não-lançada, 2005)"
8. "What I've Done (M. Shinoda Remix)"
9. "Coal (demo não-lançada, 1997)"
10. "Halo (demo não-lançada, 2002)"
Comentário: Mais uma seleção de dez faixas
demonstrativas e/ou não-lançadas, entre 1997 e 2009, comportando, portanto,
mais de uma década de composições – algumas bem descartáveis; outras,
excelentes. O rap aparece somente na esquecível I Have Not Begun. Entre
os destaques, estão Pale, instrumental, What We Don't Know e Pretend
to Be, com arranjos, letras e performances vocais de altíssima qualidade,
podendo ter integrado facilmente Minutes to Midnight (2007), por exemplo. Por
estas, vale a pena.
Underground Eleven (2011)
“EP”
Nota pessoal: 6,5
(bom)
Gênero: Nu metal; pós-grunge.
Gravadora: Warner Bros.
1. "YO (Minutes to Midnight Demo)"
2. "Slip (1998 Unreleased Hybrid
Theory Demo)"
3. "Soundtrack (Meteora Demo)"
4. "In the End (Demo)"
5. "Program (Meteora Demo)"
6. "Bang Three (What I've Done
Original Demo)"
7. "Robot Boy (Test Mix, Optional
Vocal Take)"
8. "Broken Foot (Meteora Demo)"
9. "Esaul
(A Place For My Head Demo)"
10. "Blue (1998 Unreleased Hybrid
Theory Demo)"
Comentário: Com faixas demonstrativas, isto é,
não-polidas, não-finalizadas, dos quatro primeiros discos da banda, de Hybrid
Theory (2000) à A Thousand Suns (2010), o EP é um bom indicativo de como
funciona o processo criativo da banda, antes de chegar às versões finais de
icônicos hits. Curiosidade: Program, demo de Meteora (2003), pode
ser ouvida parcialmente no DVD “Frat Party at the Pankake Festival” (2001).
Embora sem conteúdo original de alta qualidade, como no material Underground
precedente, traz composições da fase inicial do grupo, ainda em 1998 – com Slip,
Esaul e Blue, precisamente.
iTunes Festival:
London, 2011 (2011)
“EP / Ao vivo”
Nota pessoal: 9,1
(excelente)
Gênero: Rock
alternativo; ao vivo. Gravadora: Warner Bros.
1. "Iridescent (live)"
2. "Waiting for the End (live)"
3. "Rolling in the Deep (live,
cover)"
4. "The Catalyst (live)"
5. "Papercut (live)"
6. "Bleed It
Out (live)" (com versos de A Place for my Head)
Comentário: O EP ao vivo traz seis faixas, sendo
metade do então álbum mais recente, A Thousand Suns (2010). Há, ainda, uma
faixa de Minutes to Midnight (2007), Bleed It Out, com versos de A
Place for my Head na ponte; e Papercut, de Hybrid Theory (2000).
Porém, o destaque do EP é o cover acústico da canção de Adele, Rolling in
the Deep, em performance vocal excepcional de Chester.
Not Alone (2011)
“Single in Download to
Donate for Haiti”
Nota pessoal: 8,5
(ótimo)
Gênero: Soft rock.
Gravadora: Warner Bros.
1. "Not Alone"
Comentário: Composta para o álbum Download to Donate
for Haiti (2010), de diversos artistas, Not Alone busca arrecadar
doações às vítimas do terremoto haitiano, ocorrido naquele ano e deixando
centenas de milhares de mortos. Junto ao single, a banda também lançou
um videoclipe. Em termos de letra e estilo, assemelha-se à Iridescent,
de A Thousand Suns (2010), com um toque suave e sensível. Temos, aqui, um
exemplo claro da vertente filantrópica do grupo, como ocorre em Issho Ni,
instrumental em homenagem aos afetados pelo tsunami do Japão, em 2011.
Underground 12 (2012)
“EP”
Nota pessoal: 6,6
(bom)
Gênero: Rock
alternativo; rap rock. Gravadora: Warner Bros.
1. "Homecoming (Minutes to Midnight
Demo)"
2. "Points of Authority (Demo)"
3. "Clarity (Minutes to Midnight
Demo)"
4. "Asbestos (Minutes to Midnight
Demo)"
5. "Bunker (Minutes to Midnight
Demo)"
6. "So For Away (Unreleased 1998)"
7. "Pepper (Meteora Demo)"
8. "Debris (Minutes to Midnight
Demo)"
9. "Ominous (Meteora Demo)"
10. "Forgotten (Demo)"
Comentário: Metade do EP contém faixas demos de
Minutes to Midnight (2007), incluindo instrumentais e dois raps de Shinoda (tão
raros no álbum de 2007), Asbestos e Debris, cujo refrão traz
aparentemente os demais integrantes da banda no vocal de apoio. Há ainda versões
antigas de Points of Authority e Forgotten, bem como So For
Away, de 1998.
Underground XIII (2013)
“EP”
Nota pessoal: 6,2
(bom)
Gênero: Rock
alternativo; rap rock. Gravadora: Warner Bros.
1. "Basquiat (2007 Demo)"
2. "Holding Company (2011 Demo)"
3. "Primo ("I'll Be Gone" Demo)"
4. "Hemispheres (2011 Demo)"
5. "Cumulus (2002 Demo)"
6. "Pretty Birdy ("Somewhere
I Belong" 2002 Demo)"
7. "Universe (2006 Demo)"
8. "Apaches ("Until It Breaks" Demo N.01)"
9. "Foot Patrol ("Until It Breaks"
Demo N.02)"
10. "Three Band Terror ("Until
It Breaks" Demo N.03)" (vocal de Brad Delson)
11. "Truth Inside A Lie (LPU Sessions
2013)" (Ryan Giles)
12. "Change (LPU Sessions 2013)"
(Beta State)
Comentário: Com versões demo de Meteora (2003) à
Living Things (2012), o EP traz muitos instrumentais e algumas versões iniciais
letradas, como Primo, demo de I'll Be Gone, e três faixas experimentais
de Until It Breaks, com Brad (o guitarrista) cantando em acústico na
terceira – boa surpresa! Melhor até, ao meu ver, que o trecho da versão final,
de estúdio, onde os instrumentos são eletrônicos. As duas últimas faixas são de
dois artistas diferentes, Ryan Giles e Beta State, vencedores de um concurso do
Linkin Park, podendo, assim, trabalhar em estúdio junto à banda.
Underground XIV (2014)
“EP”
Nota pessoal: 5,8
(regular)
Gênero: Rock
alternativo; instrumental. Gravadora: Warner Bros.
1. "Aubrey One (2009 Demo)"
2. "Malathion+Tritonus (2008 Berlin
Demo)"
3. "Berlin One, Version C (2009
Demo)"
4. "Blanka (2008 Demo)"
5. "Heartburn (2007 Demo)"
6. "Breaking the Habit (Original
Mike 2002 Demo)"
7. "Dave SBeat feat. Joe (2009)"
8. "Froctagon (2009 Demo)"
9. "Rhinocerous (2002 Demo)"
10. "After Canada (2005 Demo)"
Comentário: Apesar da caprichada arte de capa, é um
dos EPs mais simples da banda. Basicamente, um conjunto de instrumentais
medianos descartados dos álbuns principais, com exceção de uma demo de Breaking
the Habit, cantada de forma amadora por Mike, e a faixa 7, com uma
brincadeira sonora entre Dave (o baixista) e Joe (o DJ), semelhante ao
Underground 8.
Underground 15 (2015)
“EP”
Nota pessoal: 6,5
(bom)
Gênero: Rock
experimental; hip-hop. Gravadora: Warner Bros.
1. "Animals (2011 Demo)"
2. "Basil (2008 Demo)"
3. "Pods 1 of 3 (1998 Demo)"
4. "Pods 2 of 3 (1998 Demo)"
5. "Pods 3 of 3 (1998 Demo)"
6. "Chance
of Rain (2006 Demo)"
Exclusivas para download:
7. "TooLeGit (2010 Demo)"
8. "Grudgematch (2009 Demo)"
9. "Hurry (1999 Demo)"
10. "Grr (1999 Demo)"
11. "Attached (2003 Demo)"
12. "Chair ("Part Of Me"
1999 Demo)"
Comentário: O EP original, de 6 faixas, traz dois raps
de Shinoda, três instrumentais-experimentais da fase pré-Hybrid Theory e uma
ótima canção da fase Minutes to Midnight (2007), Chance of Rain, na voz
de Chester. A segunda parte, para download digital, compõe-se de mais 6 faixas:
as duas iniciais com letras, sendo a primeira lírica e a segunda outro rap; as
demais, são instrumentais, com destaque para Attached. Porém, nada de
extraordinário.
Underground
Sixteen (2016)
“EP”
Nota pessoal: 6,4
(bom)
Gênero: Rock
experimental; eletrônico. Gravadora: Warner Bros.
1. "The Catalyst (2010 Demo)"
2. "Can't Hurt Me (2014 Demo)"
3. "Dark Crystal (2015 Demo)"
4. "Air Force One (2015 Demo)"
5. "Bleed It Out (2007 Demo)"
6. "Consequence A (2010 Demo)"
7. "Consequence B (2010 Demo)"
8. "Lies
Greed Misery (2010 Demo)"
9. "Burberry (2015 Demo)"
10. "Symphonies of Light Reprise
(2010 Demo)"
Comentário: Último EP Underground lançado até então,
já no décimo sexto volume, conta com 10 faixas, demos que vão de 2007 à 2015,
ou seja, pegando a fase mais recente da banda. Há versões iniciais de músicas
como Bleed It Out, com um rap totalmente diferente da versão canônica, The
Catalyst e Lies Greed Misery, além de muitos instrumentais.
Percebe-se uma tendência maior aos arranjos eletrônicos, que se estabelecem em
2017, com o derradeiro álbum, One More Light (2017).
EDIÇÕES COMEMORATIVAS:
Hybrid Theory – 20th Anniversary
Edition (2020)
“Edição comemorativa”
Nota pessoal: 8,0
(ótimo)
Gênero: Nu metal; pós-grunge.
Gravadora: Warner Bros.
Disco 1: Hybrid Theory
(álbum de estúdio, 2000)
Disco 2: Reanimation
(álbum remix, 2002)
Disco 3: Hybrid Theory
EP (1999)
Disco 4: B-Side
Rarities
1. "One Step Closer (Rock Mix)"
2. "It's Goin' Down" (The
X-Ecutioners, feat. Mike Shinoda & Mr. Hahn)
3. "Papercut (Live From The BBC)"
4. "In The End (Live BBC Radio One)"
5. "Points Of Authority (Live BBC
Radio One)"
6. "High Voltage"
7. "Step Up (1999 Demo)"
8. "My December"
9. "A Place For My Head (Live At
Docklands Arena, London)"
10. "Points Of Authority (Live At
Docklands Arena, London)"
11. "Papercut (Live At Docklands
Arena, London)"
12. "Buy Myself (Marilyn Manson
Remix)"
Disco 5: LPU Rarities
(18 faixas)
1. "In The End (Demo)"
2. "Dedicated (1999 Demo)"
3. "With You (Live At Docklands
Arena, London)"
4. "High Voltage (Live At Docklands
Arena, London)"
5. "Points of Authority (Demo) "
6. "Stick and Move
("Runaway" Demo 1998)"
7. "Esaul ("A Place For My
Head" Demo)"
8. "Oh No ("Points Of
Authority" Demo)"
9. "Slip (1998 Unreleased Hybrid
Theory Demo)"
10. "Grr (1999 Demo)"
11. " So
Far Away (Unreleased 1998)"
12. "Coal (Unreleased Demo 1997)"
13. "Forgotten (Demo)"
14. "Sad ("By Myself" Demo
1999)"
15. "Hurry (1999 Demo)"
16. "Blue (1998 Unreleased Hybrid
Theory Demo)"
17. "Chair (1999 "Part of
Me" Demo)"
18. "Pts.Of.Athrty (Crystal Method
Remix)"
Disco 6: Demos (12
faixas)
1. "Dialate (Xero Demo)"
2. "Pictureboard"
3. "She
Couldn't"
4. "Could Have Been"
5. "Reading My Eyes (Xero Demo)"
6. "Rhinestone (Xero Demo)"
7. "Esaul (Xero Demo)"
8. "Stick N Move (Demo)"
9. "Carousel (Demo)"
10. "Points Of Authority (Demo)"
11. "Crawling (Demo)"
12. "SuperXero (By Myself Demo)"
Comentário: Com 6 CDs, a edição de 20 anos de Hybrid
Theory (2000) traz o álbum de estúdio original, sua versão em EP (1999), Reanimation
(2002), de remixes, e 3 discos com faixas raras ou nunca lançadas oficialmente,
como é o caso de She Couldn't. Há muitas versões demonstrativas,
não-finalizadas, de clássicos da banda; e até gravações raríssimas da era-Xero
(“Zirou”), com Mark Wakefield no lugar de Chester, ao vocal: por ser uma fase
inicial, amadora, a qualidade nem se compara aos esforços posteriores da banda,
mas serve a curiosidade dos fãs mais rigorosos.
Meteora – 20th
Anniversary Edition (2023)
“Edição comemorativa”
Nota pessoal: 8,9
(ótimo)
Gênero: Nu metal;
rap metal. Gravadora: Warner Bros.
Disco 1: Meteora
(álbum de estúdio, 2003)
Disco 2: Live in
Texas (álbum ao vivo + 5 músicas bônus, 2003)
Disco 3: Live in Nottingham (16 faixas ao vivo, 2003)
Disco 4: LPU Rarities
2.0 (19 faixas presentes nos EPs Underground)
Disco 5: Live Rarities
2003–2004
1. "Lying from You" (live
LPU Tour 2003)
2. "From the Inside" (live
LPU Tour 2003)
3. "Easier to Run" (live
LPU Tour 2003)
4. "Step Up" (live Projekt
Revolution 2002)
5. "My December" (live
Projekt Revolution 2002)
6. "Crawling" (live
Reading Festival 2003)
7. "Breaking the Habit" (live
Rock am Ring 2004)
8. "Step Up/Nobody's Listening/It's
Goin' Down" (live)
9. "Wish" (live, cover)
10. "One Step Closer" (live,
feat. Jonathan Davis)
Disco 6: Lost Demos
1. "Lost"
2. "Fighting
Myself"
3. "More the
Victim"
4. "Massive"
5. "Healing Foot"
6. "A6" (Meteora20 demo)
7. "Cuidado" (Lying from
You demo)
8. "Husky" (Hit the Floor
demo)
9. "Interrogation" (Easier
to Run demo)
10. "Faint" (Meteora20 demo)
11. "Plaster 2" (Figure.09
demo)
12. "Shifter" (From the
Inside demo)
13. "Wesside"
14. "Resolution"
Comentário: A versão comemorativa do vigésimo
aniversário de Meteora (2003), traz 6 discos, incluindo o próprio álbum de
estúdio; dois shows, Live in Texas (acrescido de 5 músicas, como na versão em
DVD) e Live in Nottingham (gravado em 2003), além de três discos com canções
demonstrativas, presentes nas edições Underground, e canções nunca-lançadas,
como é o caso da excelente Lost, cujo videoclipe criado com Inteligência
Artificial já consta com milhões de acessos. Outras boas surpresas são More
the Victim, Fighting Myself e Healing Foot, guardadas a
sete-chaves durante as últimas duas décadas. Portanto, um valioso presente aos
fãs, assíduos por novidades.
Discografia
completa da banda:
Álbuns de estúdio
2017
– One More Light
2014
– The Hunting Party
2012 – Living Things
2010 – A Thousand Suns
2007 – Minutes to Midnight
2003 – Meteora
2000 – Hybrid Theory
Álbuns ao vivo
2017
– One More Light
Live (ao vivo)
2008
– Road to
Revolution: Live at Milton Keynes (ao vivo)
2003
– Live in Texas (ao
vivo)
Álbuns remixes
2013
– Recharged (remix)
2002
– Reanimation (remix)
Trilhas sonoras
2014
– Mall: Music
from the Motion Picture (trilha sonora de filme)
2010
– 8-Bit
Rebellion! (trilha sonora de jogo)
EP & singles colaborativos
2015
– Darker Than Blood (single – com Steve
Aoki)
2008
– We Made It (single – com Busta
Rhymes)
2004
– Collision Course (EP – com Jay-Z)
EPs, singles & demos
2016
– Underground Sixteen (EP)
2015
– Underground 15 (EP)
2014
– Underground XIV (EP)
2013
– Underground XIII (EP)
2012
– Underground 12 (EP)
2011
– Not Alone (single in Download to Donate for Haiti)
2011
– iTunes Festival: London, 2011 (EP, ao
vivo)
2011
– Underground Eleven (EP)
2010
– Underground X: Demos (EP)
2009
– New Divide (single in Transformers: Revenge of the Fallen - The
Album)
2009
– Underground 9: Demos (EP)
2008
– Live from SoHo (EP, ao vivo)
2008
– Songs from the Underground (EP)
2008
– Mmm...Cookies - Sweet Hamster Like Jewels from America! (EP)
2007
– Underground 7 (EP, ao vivo)
2006
– Underground 6 (EP)
2005
– Underground 5.0 (EP, ao vivo)
2004
– Underground 4.0 (EP)
2003
– Underground 3.0 (EP, ao vivo)
2002
– In the End: Live & Rare (EP)
2002
– Underground 2.0 (EP)
1999
– Hybrid Theory (EP)
1997
– Xero (demo)
Edições comemorativas
2023
– Meteora 20th Anniversary
Edition (edição comemorativa)
2020
– Hybrid Theory
20th Anniversary Edition (edição comemorativa)
DVDs:
2008
– Road to Revolution: Live at Milton Keynes
2004
– Collision Course (com Jay-Z)
2003
– Live in Texas
2001
– Frat Party at the Pankake Festival
FONTES:
Todos os álbuns acima, em negrito; encartes físicos dos álbuns de estúdio;
Spotify; Wikipedia.
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