Análise e comentários:
FILMOGRAFIA DE STEVEN SPIELBERG
Steven
Spielberg é, hoje, considerado um dos maiores cineastas da História. Talvez –
muito provavelmente, é verdade –, seu nome se enquadre como sendo o mais
popular do mundo, no que se refere ao campo cinematográfico; o que o torna
amado por muitos, mas também desprezado por tantos. A quebra de paradigmas que
seu trabalho causou em Hollywood, a influência de seu estilo e seus filmes
clássicos, que permeiam a cultura popular há décadas, as questões humanísticas,
filosóficas e históricas que seus filmes sustentam, dentre outros motivos, são
base de sobra para tê-lo como fonte de análise, comentário, estudo ou mesmo
pura contemplação.
Neste artigo, iremos percorrer os
traços que definem a arte de direção e os valores presentes na obra de
Spielberg, o que abrirá margem para um olhar mais atento e uma reflexão mais
aguçada do público perante seus trabalhos.
Além de destacar as principais
características, pretendo também dar pareceres e notas (de 0 a 10) sobre cada
um de seus longas-metragens. As exceções são os filmes amadores que o diretor
realizou ainda na infância e adolescência (The
Last Gun, de 1959, Fighter Squad
e Escape to Nowhere, de 1961, e o
sci-fi que deu origem ao clássico Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Firelight, de 1964) e outros projetos,
como o curta-metragem que lhe valeu a contratação por um grande estúdio
hollywoodiano e mudou sua vida, Amblin',
de 1968, cujo nome acabou servindo de título para sua produtora, mais de década
mais tarde. Para aumentar o leque referencial, também deixarei aqui as notas
que cada um dos trabalhos recebeu de alguns sites especializados em cinema,
como o Rotten Tomatoes, o IMDb, o Metacritic e o Filmow, lembrando que essas
avaliações podem se alterar ao longo do tempo devido aos novos pareceres de
críticos e espectadores.
Para conhecermos melhor o estilo e a arte de direção
de Steven Spielberg, devemos lembrar primeiramente qual é a função de um
diretor: ele é o responsável por ordenar sua equipe, de modo a direcioná-la aos
propósitos e objetivos do projeto; escolher cada elemento, seja visual, sonoro
ou cênico, podendo, inclusive, dar graus de autonomia aos envolvidos. Dito
isso, fica claro que o mérito artístico de uma produção cinematográfica não se
resume à direção, mas se estende às centenas, milhares de pessoas envolvidas. O
diretor, aqui no caso, o Steven, dá um “norte”, sua visão para o projeto, então
seus encarregados formatam suas especialidades artísticas e técnicas de modo a
servir o propósito apresentado. Sem os instrumentistas, de nada serve o
maestro. E que “instrumentistas” Spielberg tem em sua “orquestra”! Tom Hanks,
vencedor do Oscar de melhor ator duas vezes, trabalhou com Spielberg em cinco
filmes [até agora]; Daniel Day-Lewis, em Lincoln,
e Meryl Streep, em The Post: os dois
maiores atores em atividade nos Estados Unidos; Michael Kahn, premiado
editor/montador; Janusz Kamiński, célebre diretor de fotografia; isso sem falar
do lendário compositor John Williams, indicado ao Oscar mais de 50 vezes – você
não entendeu errado –, parceiro de Steven há quase 50 anos. E onde fica o
talento do próprio diretor no meio desses gigantes? Isso a gente percebe no
conjunto da obra, na maneira em que determinada história é contada, nas
escolhas bem-sucedidas, na valorização de determinados elementos. Enquanto um
pintor escolhe a cor mais adequada para pincelar um espaço, o diretor determina
em quais planos, enquadramentos, ângulos e distâncias sua câmera deve seguir
para comunicar sua ideia da forma mais proveitosa possível. Enquanto um pintor
reforça o contraste de um objeto na tela para dar-lhe relevância, o diretor
incita o grau de intensidade dramática na atuação de seu protagonista, dando
peso ao que ele está querendo transmitir na cena. Não é um trabalho fácil,
muito menos individual. Exige o empenho e a colaboração de todos os envolvidos.
Depois de meio século de filmes, podemos perceber
algumas características na direção de Steven Spielberg. Ele evoluiu com o
passar das décadas, amadureceu, dominou gêneros distintos – e até opostos –,
mas nunca deixou de buscar o principal: envolver o público. Spielberg quer,
através de seus filmes, nos fazer emocionar, pensar, ponderar. Ele consegue
criar laços sentimentais entre seus personagens, na tela, e aqueles que estão
consumindo passivamente a obra. Seu dom de causar estados emocionais, como
compaixão, angústia, aflição, ternura ou medo, o diferencia de tantos outros.
Seu estilo costuma ser definido como otimista e espetacular, no roteiro e nos
efeitos-especiais, mas creio que o ecletismo seja sua maior virtude, visto que
o diretor consegue trabalhar – e mandar muito bem – com materiais de naturezas
completamente diversas. Certos diretores podem até, cada um, possuir um traço
inconfundível, mas Spielberg consegue manter vários traços, do mais cru,
realista e histórico ao mais fantasioso e colorido.
Admirador do
mestre do suspense, Alfred Hitchcock, ele conseguiu trazer para os seus filmes aquele
toque de tensão que nos gruda na poltrona, aperta o peito e ativa nossa
curiosidade, reforçando o interesse na história. Poderíamos destacar várias
cenas de Tubarão (1975), mas essa
tensão também pode ser vista, por exemplo, na prevenção por um triz do primeiro
crime mostrado em Minority Report
(2002); no vidro trincando, após um ataque de dois Tiranossauros, em O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997);
na cena em que Celie, interpretada pela Whoopi Goldberg em A Cor Púrpura (1985), está a barbear seu “senhor”, vivido pelo Danny
Glover. O mesmo pode ser sentido no excelente Munique (2005), na “cena do telefone-explosivo”, ou na obra-prima A Lista de Schindler (1993), enquanto as
mulheres judias, no campo de concentração nazista, se agrupam, desesperadas, numa
câmara (de gás mortífero ou água gelada?). Da tensão para a ansiedade, o
diretor consegue nos prender ainda em momentos que antecedem uma revelação
importante para o roteiro, como quando Katharine Graham, interpretada
brilhantemente pela Meryl Streep, está a tomar a decisão-chave sobre o
posicionamento de seu jornal, em The Post
(2017), ou puramente estética, como acontece em Jurassic Park (1993), na reação do paleontólogo Alan Grant ao
contemplar, pela primeira vez, os dinossauros da ilha (observe que, nesta cena,
nós primeiro temos acesso às feições do elenco a observar as criaturas para,
somente depois, nós também podermos vê-las; o que caracteriza outra “mania” do
diretor, presente em vários trabalhos).
No início, seus filmes tendiam à superficialidade,
mesmo que muito bem-feita, e exploravam a fantasia e a situação fantástica,
tendo, nessa época, fama de “diretor comercial”. Esse tato para o sucesso
financeiro através do cinema continua até hoje, mas constitui um ramo distinto
(e, por vezes, conjunto) de seus “filmes mais densos”. Foi Spielberg que
instaurou na indústria o que conhecemos por blockbusters,
filmes com apelo comercial gigantesco, com recordes de bilheteria e efeitos-especiais
deslumbrantes. Tubarão foi o primeiro
filme arrasa-quarteirão da História, tendo sido, em sua época, o mais lucrativo
de todos os tempos; sucesso que se repetiu, também batendo o topo na lista de
maiores bilheterias, com E.T. - O
Extraterrestre (1982), e Jurassic
Park (1993). Porém, para aquele que é considerado um dos maiores gênios do
cinema, isso não fora o bastante. Spielberg trabalhou duro para dominar gêneros
mais sérios, menos fantasiosos, e conseguiu êxito invejável em tal empreitada.
Sucesso de público e crítica, Steven, bilionário, conquistou sua autonomia. Se
ele quer contar determinada história, ele conta. Não depende mais de produtores
(ele próprio se tornou produtor). Por isso, podemos entender que, ao
assistirmos os filmes que ele dirigiu nessas últimas décadas, podemos conhecer
a pessoa Spielberg. Seus valores, ideais, crenças, dúvidas, inseguranças,
traumas, sonhos: tudo, ali, contado por imagens e sons.
Os temas de seus longas conseguem versar desde
contos-de-fadas à dramas históricos. Trama recorrente em grande parte de sua
produção gira em torno da relação conturbada entre pai e filho, reflexos da
própria relação do diretor com seu pai, divorciado e, por isso, muitas vezes
ausente. Podemos encontrar, de forma clara, essa ausência ou turbulência
paternal em: Louca Escapada (1974), Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977),
E.T. - O Extraterrestre (1982), A Cor Púrpura (1985), Indiana Jones e a Última Cruzada (1989),
Hook - A Volta do Capitão Gancho
(1991), O Mundo Perdido: Jurassic Park
(1997), Munique (2005), Guerra dos Mundos (2005), Indiana Jones e o Reino da Caveira de
Cristal (2008) e Lincoln (2012).
Para além da relação paternal, encontramos também o tema da desestruturação do
núcleo familiar, seja em alguns destes filmes citados anteriormente, como
também em Império do Sol (1987), O Resgate do Soldado Ryan (1998), A.I. Inteligência Artificial (2001), Prenda-me Se For Capaz (2002), Minority Report (2002), O Bom Gigante Amigo (2016) e Os Fabelmans (2022). Por mais surreais
ou apocalípticos sejam os roteiros desses filmes, a importância da relação
familiar é sempre reforçada.
Monstros, malignos ou benevolentes, também vivem dando
as caras nos filmes do Spielberg. O primeiro deles foi um caminhão monstruoso
(tão desumano que o rosto humano por trás do volante nem sequer é mostrado) em Encurralado (1971), tão bom que, embora
tenha sido feito primeiramente para a TV, migrou para os cinemas. Tubarões,
dinossauros, alienígenas (muitos alienígenas) e gigantes, bons e maus. Seus
filmes materializaram sonhos e pesadelos de milhões de pessoas ao redor do
mundo. E a tecnologia acompanhou essas ambições, seja no Tiranossauro mecânico,
em tamanho real, ou no mundo computadorizado de As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne (2011) e expressões
faciais digitalizadas em O Bom Gigante
Amigo (2016).
A sensibilidade do diretor procurou tratar também
questões delicadas – e polêmicas, em alguns casos –, como o racismo presente em
A Cor Púrpura (1985) e Amistad (1997) e conflitos envolvendo a
comunidade judaica no papel de vítima, tal como é mostrado em A Lista de Schindler (1993) e Munique (2005).
Cenários e eventos históricos, especialmente dos
Estados Unidos, frequentemente aparecem no contexto das obras de Steven. A
Guerra Civil Americana e a era escravagista, a I e a II Guerras Mundiais –
pormenorizadamente, o Holocausto – e a Guerra Fria são cenários sentidos em sua
filmografia. Pelo menos cinco de seus filmes se ambientam na Segunda Grande
Guerra (e, ao menos um, na primeira: Cavalo
de Guerra, de 2011). A sequência da invasão dos soldados norte-americanos
na praia de Omaha, Dia D, em O Resgate do
Soldado Ryan (1998), é uma das mais bem-executadas de todos os tempos. A
ação intensa, e assustadoramente realista, dura mais de 20 minutos, sendo um
espetáculo de som, fotografia e direção. Os retratos do Holocausto em A Lista de Schindler (1993) também
chocam pelo realismo. Além das guerras, Spielberg, cada vez mais, tem inserido
fatos históricos como fonte de inspiração aos seus projetos; isso, desde Louca Escapada (1974), no início de sua
carreira. O valor da Justiça também é exaltado. The Post (2017), Ponte de
Espiões (2015), Lincoln (2012) e Amistad (1997), todos ambientados em
contextos históricos, são sobre Estado de Direito. Temos acesso aos valores por
trás de cada um dos grupos interessados e opostos diante de uma decisão
judicial. A liberdade de imprensa versus o poder político; o clamor nacional
ideológico versus os direitos de um espião internacional de ideologia distinta;
os privilégios da manutenção do escravagismo enquanto lei versus o direito à
liberdade dos negros.
No início dos anos 2000, Spielberg, talvez motivado
pela consciência da chegada do novo milênio, investiu em produções que
retratavam o futuro. Com isso, também abriu um leque para o tema do terrorismo,
tão atual em nosso século e tão mais temido dentro da cultura estadunidense desde
os ataques de 11 de setembro de 2001. Em A.I.
Inteligência Artificial (2001) e Minority
Report (2002), ambos dentro de roteiros futurísticos, o diretor nos coloca
questões profundamente filosóficas e desconcertantes. Em Munique (2005) e Guerra dos
Mundos (2005), somos imersos na questão do terrorismo, seja através da
realidade, seja pela via da ficção e da ação desenfreada.
Tecnicamente, as obras cinematográficas do diretor
mantêm certas semelhanças. O clássico close-up em zoom, partindo do cenário
para o rosto do personagem em ação, mostra detalhadamente as expressões – como
o “olhar de espanto” – que a situação denota. Este peso de valor na atuação
facial é visto em muitas de suas obras e ajuda a contar a história através das
entrelinhas, daquilo que a vivência fictícia de cada personagem, não mostrada
diretamente, ajuda a enredar. Deste modo, conhecemos um pouco de cada pessoa
ali representada ou criada, mesmo que a camada primeira da trama não nos
entregue essas informações, enriquecendo a obra. Pelos olhos de Oskar Schindler,
por exemplo, nós conseguimos entender suas razões antes de qualquer elucidação.
O diretor também costuma não usar storyboards
em seus filmes, preferindo decidir o posicionamento das câmeras no próprio set
de filmagem, o que desperta sua criatividade intuitiva para cada cena. Outra
característica técnica de seus filmes é o peso da iluminação. Com o auxílio do
diretor de fotografia, a luz nos filmes do Spielberg normalmente desempenha um
papel estético fundamental. Flashes, lampejos, contrastes, tudo com um
propósito bem específico. Em E.T. - O
Extraterrestre (1982), o contraste da luz lunar contra a “bicicleta
voadora” criou uma das cenas mais icônicas do cinema; em Lincoln (2012), a luz natural a entrar pelas janelas trouxe ao
filme um ar contemplativo e realista. Para efeito estético mais eficaz, a fonte
dessa luz habitualmente é inserida contra os personagens, na parte de trás do
cenário. Perceba. Há também, em maior parte de seus filmes, a utilização de
espelhos e objetos reflexíveis menos nítidos, o que possibilita mostrar dois
planos simultaneamente. Outra técnica utilizada, dessa vez para causar suspense
e impacto, é a ocultação de certos elementos principais da trama, como o
tubarão em Tubarão (1975), onde o
monstro marinho, essencial na narrativa, é mostrado, de fato, poucas vezes.
Para preencher essa lacuna, Spielberg pôde contar com a genialidade do maestro
John Williams. Williams inseriu a inconfundível trilha sonora para denotar a
presença – e consequentemente, o aumento no grau de perigo – do tubarão, mesmo
sem mostra-lo visualmente. Sem John Williams, muitas das maiores e mais
icônicas cenas da filmografia de Spielberg não teriam o mesmo peso. Basta
lembrar dos temas de Indiana Jones, Jurassic Park, E.T. ou mesmo da comovente e
belíssima trilha d’A Lista de Schindler. Se Hitchcock tinha Bernard Herrmann e
Christopher Nolan tem Hans Zimmer, outros monstros sagrados da história da
trilha sonora cinematográfica, Spielberg tem Williams, o maior, o mais premiado
compositor para cinema de todos os tempos. Uma genialidade sonora que, aliada à
mente intuitiva e poderosa de Steven Spielberg, nos deu o privilégio de brindar
nossos tímpanos com uma qualidade raramente sentida.
Destarte, lhes apresento o meu parecer acerca de cada
um dos 37 filmes, do pior ao melhor, deste gênio da sétima arte. Apreciem com
contemplação.
Something Evil (1972) | A Força do Mal (telefilme)
Nota pessoal: 5,8 (regular)
Rotten Tomatoes: - | IMDb: 5,4/10 | Metacritic: - | Filmow: 2.8/5
Comentário: Um casal, com seus dois filhos, muda-se para uma casa rural, onde eventos estranhos passarão a assolar a esposa. Este segundo telefilme de Spielberg não se compara, em qualidade, às suas obras mais maduras, mas possui alguns méritos. O diretor consegue criar uma atmosfera macabra, bem parecida à série Além da Imaginação. Com elementos simples, como o uso do vento e uma bola, o diretor acerta em sequências de terror e suspense, mas não espere grande coisa do roteiro.
Savage (1973) | Savage (telefilme)
Nota pessoal: 6,2 (bom)
Rotten Tomatoes: - | IMDb: 5,6/10 | Metacritic: - |
Filmow: 3.5/5
Comentário: Um famoso jornalista, âncora de TV, começa a investigar fotos que comprometem a reputação do mais recente nomeado ao Supremo Tribunal. O filme é um piloto de uma série que nunca foi lançada, mas que, ao meu ver, teria potencial. A sequência que apresenta o protagonista, interpretado por Martin Landau, nos estúdios, antes de entrar no ar, é muito boa, com telas e produtores compondo a mise-en-scène. Apesar de ser o filme menos conhecido de Spielberg (além de terceiro e último telefilme de sua carreira), os planos esbanjam criatividade e elegância. Podemos, ainda, vislumbrar determinadas escolhas (como o close-up em zoom e a luz de fundo, contrastando os contornos dos personagens) que entregam gostos do diretor que marcaram sua carreira.
-
Twilight Zone: The
Movie (1983) | No Limite da
Realidade (codireção)
Nota pessoal: 6,6 (bom)
Rotten Tomatoes: 56% | IMDb: 6,5/10 | Metacritic: 44%
| Filmow: 3.6/5
Comentário: O filme se divide em um prólogo e quatro segmentos, cada um contando uma história inspirada na série Além da Imaginação. É difícil avaliar a totalidade da obra, pois há altos e baixos. Spielberg dirige o segundo segmento, que conta a história de um asilo, onde os idosos, por uma noite, voltam a ser crianças. Há uma aura fabulosa, uma atmosfera mágica e jovial no conto. Os pontos altos são a atuação dos velhinhos e a fotografia.
-
Nota pessoal: 8,0 (ótimo)
Nota pessoal: 8,1 (ótimo)
Oscar: Melhor fotografia.
Nota pessoal: 8,4 (ótimo)
Nota pessoal: 8,5 (ótimo)
-
Rotten Tomatoes: 88% | IMDb:7,7/10 | Metacritic: - | Filmow: 3.9/5
Ready Player One (2018) | Jogador Nº 1
Nota pessoal: 9,0 (excelente)
Rotten Tomatoes: 72% | IMDb: 7,5/10 | Metacritic: 64% | Filmow: 3.9/5
Comentário: Em um futuro distópico, a humanidade se refugia dentro de um jogo, uma realidade virtual chamada OASIS. O filme é um tsunami de referências da cultura pop, reunindo a estética dos mais diversos personagens, de filmes e desenhos animados à games. A mescla entre live-action e CGI funciona bem. Os detalhes pulsam às centenas, enchendo a tela. Apesar do futurismo, é possível notar forte influência setentista e oitentista, principalmente nas músicas e mesmo na essência da obra, que carrega a vibe aventuresca do antigo Spielberg, embora haja um quê de mais primoroso na imersão tecnológica.
Nota pessoal: 9,1 (excelente)
West Side Story (2021) | Amor, Sublime Amor
Nota pessoal: 9,2 (excelente)
Rotten Tomatoes: 91% | IMDb: 7,2/10 | Metacritic: 85%
| Filmow: 3.4/5
Oscar: melhor atriz coadjuvante (Ariana DeBose).
Comentário: Duas gangues, os Jets (estadunidenses) e os Sharks (porto-riquenhos), dividem o controle de um bairro de Nova Iorque, mas são surpreendidos (no geral, negativamente) pelo intenso caso de amor nascido entre um rapaz, ex-membro dos Jets, e uma garota, irmã do líder dos Sharks. Este musical, inédito na carreira de Spielberg, trata-se de um remake do clássico de 1961 e traz muitos paralelos com o Romeu e Julieta shakespeareano – onde duas famílias rivais, os Montéquios e os Capuletos, disputam cada cena. Aqui, ao invés da solar Verona, temos uma Nova Iorque em fins dos anos 50, caprichada fotograficamente pela contraluz, reflexos e brilhos do cineasta, além de muitas cores, como se perfumando o ambiente onírico, que mistura canto, dança, elevadas coreografias e intenso peso dramático.
The Fabelmans (2022) | Os Fabelmans
Nota pessoal: 9,4 (excelente)
Rotten Tomatoes: 92% | IMDb: 7,6/10 | Metacritic: 84%
| Filmow: 4.1/5
Comentário: O jovem Fabelman é incentivado pelos pais a começar a gostar de cinema – e filmar seus próprios filmes, enquanto a família se muda constantemente devido ao serviço do pai. É uma cineautobiografia de Spielberg, que retrata as próprias memórias de juventude: momentos de felicidade e dor, descobertas, mudanças, sonhos. A trama é tão pé no chão que pode causar identificação em boa parte do público. Não há grandes perigos globais, mas os problemas comuns (ou quase isso) de uma família judaica. Com o olhar aguçado do diretor, imerso em lembranças, cada plano atinge encantos de extrema poesia. É belíssimo, delicado, “demasiadamente humano”. E ainda funciona como uma carta de amor do cineasta septuagenário à sua amante, o cinema. Destaque para a trilha-sonora, outra vez, do lendário compositor John Williams, no alto de seus 90 anos.
-
2018
- Ready Player One (Jogador Nº 1)
2017 - The Post (The Post – A Guerra Secreta)
2016
- The BFG (O Bom Gigante Amigo)
2015
- Bridge of Spies (Ponte dos
Espiões)
2012
- Lincoln
2011
- War Horse (Cavalo de Guerra)
2011
- The Adventures of Tintin: The Secret
of the Unicorn (As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne)
2008
- Indiana Jones and the Kingdom of the
Crystal Skull (Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal)
2005 - War of the Worlds (Guerra dos Mundos)
2005 - Munich (Munique)
2004 - The Terminal (O Terminal)
2002 - Minority Report (Minority Report – A Nova Lei)
2002 - Catch Me If You Can (Prenda-me Se For Capaz)
2001
- A.I. Artificial Intelligence
(A.I.: Inteligência Artificial)
1998
- Saving Private Ryan (O Resgate do
Soldado Ryan)
1997 - Amistad
1997 - The Lost World: Jurassic Park (O Mundo Perdido: Jurassic Park)
1993 - Schindler's List (A Lista de Schindler)
1993
- Jurassic Park (Jurassic Park: O
Parque dos Dinossauros)
1991
– Hook (Hook – A Volta do Capitão
Gancho)
1989
- Indiana Jones and the Last Crusade
(Indiana Jones e a Última Cruzada)
1989
- Always (Além da Eternidade)
1987 - Empire of the Sun (Império do Sol)
1985 - The Color Purple (A Cor Púrpura)
1984
- Indiana
Jones and the Temple of Doom
(Indiana Jones e o Templo da Perdição)
1983
- Twilight Zone: The Movie (No Limite da Realidade) *vários diretores
1982
- E.T. the Extra-Terrestrial (E.T. -
O Extraterrestre)
1981
- Raiders of the Lost Ark (Indiana
Jones e os Caçadores da Arca Perdida)
1979
– 1941 (1941 – Uma Guerra Muito
Louca)
1977
- Close Encounters of the Third Kind
(Contatos Imediatos do Terceiro Grau)
1975
- Jaws (Tubarão)
1974
- The
Sugarland Express (Louca Escapada)
1973
- Savage *telefilme
1972
- Something Evil (A Força do Mal) *telefilme
1971
- Duel (Encurralado)
Atualizações:
inclusão dos telefilmes Something Evil e Savage, além de No
Limite da Realidade (dirigido por vários diretores) e dos mais recentes, Jogador
Número 1, Amor, Sublime Amor e Os Fabelmans. Atualizei também
a minha designação, de estudante para bacharel, notas e comentários pessoais e
pontos da introdução referentes aos acréscimos citados.
Bom trabalho como diretor amei muito seu filme O bom amigo gigante. Esse é um grande filme, li tambem o livro é maravilhoso, eu recomendo outro filme baseado em um livro, 7 Minutos Depois da Meia Noite é umo dos melhores filmes de livros famosos, já queria assistir e agora é um dos meus preferidos. Li o livro em que esta baseada faz alguns anos e foi uma das melhores leituras até hoje, e sem dúvida teve uma grande equipe de produção. É muito inspiradora, realmente a recomendo.
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