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sábado, 3 de abril de 2021

MARISA MONTE: comentando a discografia completa


Análise e comentários:

DISCOGRAFIA DE MARISA MONTE

 

3 de abril de 2021

Douglas Jefferson, bacharel em Filosofia


foto: divulgação.

 

            Marisa Monte, nascida em 1967 no Rio de Janeiro, é uma das principais cantoras brasileiras em atividade, além de compositora e instrumentista. Seu sucesso no cenário musical veio antes mesmo do primeiro disco, quando a artista realizava shows em bares e teatros, sempre lotados. Ela faz parte da “geração de ouro” que a música popular brasileira aflorou nos anos 90. Até agora, foram seis álbuns solo de estúdio, além de diversos CDs ao vivo, DVDs, turnês intercontinentais e videoclipes. Em 2002, juntou-se aos amigos Arnaldo Antunes e Carlinhos Brow para compor o aclamado grupo Tribalistas. Este, até então, lançou dois discos – sendo que apenas o segundo abriu turnê.

            Para a revista Rolling Stone, Marisa figura entre Maria Bethânia, Gal Costa e Elis Regina, no panteão das cantoras nacionais. Seu primeiro disco ao vivo, MM, de 1989, e o segundo de estúdio, Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão, de 1994, estão entre os 100 maiores discos da música brasileira, de acordo com a mesma revista. Seus maiores sucessos, normalmente selecionados em trilhas sonoras de novelas, são Ainda Bem, Amor I Love You e Vilarejo (que é minha favorita), só para citar alguns exemplos – a lista é vasta. Com os Tribalistas, os maiores hits foram Velha Infância e Já Sei Namorar. Seu último trabalho foi Cinephonia (2020), uma grande reunião e celebração interativa de parte de seu material audiovisual, colhido ao longo das décadas.

            Desde pequena, a cantora tem contato direto com a música, especialmente o samba – por meio de seu pai, próximo da Velha Guarda da Portela. Dos 9 aos 12 anos, tocou bateria. Aos 14, subiu ao palco da escola para uma apresentação musical e gostou. A partir de então passou a se dedicar aos treinos e aulas vocais, até se tornar a unanimidade que é hoje. Seu jeito calmo e alegre, com vocal que vai da ternura mais aveludada ao intenso, quente, inunda o coração e a fidelidade de uma multidão de fãs. Nas horas livres, a artista gosta de fazer crochê e costura, hábito que, segundo ela, pode ser conciliado em ambientes tanto movimentados quanto silenciosos. Outro hobby de seu apreço pessoal é a dança.

            Enquanto compositora, a artista se mostra exímia poetisa, dotada não só de qualidades letristas, como também melódicas. Ela costuma escrever sobre o amor e a paixão, a natureza e os pássaros, a vida. Seus maiores colaboradores são seus colegas de Tribalistas, Arnaldo e Carlinhos. O trio se completa, cada um com suas diferenças e particularidades sonoras. Além de músicas de cunho pessoal, sua discografia é recheada de covers de grandes músicos, do passado e do presente. Genericamente, podemos dizer que o estilo basilar de sua obra é a música popular, mas ela navega por ritmos distintos, especialmente nacionais, como o samba. Há álbuns inteiros de samba, dentro de sua obra.

            Pessoalmente, decidi me aventurar em sua discografia por influência e sugestão de minha amiga Roberta Christine. Foi um alento em meio aos dias difíceis de quarentena. Espero que você, leitor, também tire proveito da arte de Marisa Monte. Na sequência, meu comentário, álbum a álbum. 


ÁLBUNS DE ESTÚDIO:

 

Mais (1991)

Nota pessoal: 8,1 (ótimo)

Gênero: MPB. Gravadora: Phonomotor; EMI.

 

1.       "Beija Eu"

2.       "Volte Para o Seu Lar"

3.       "Ainda Lembro" (feat. Ed Motta)

4.       "De Noite na Cama"

5.       "Rosa" (letra de Otávio de Souza e Pixinguinha)

6.       "Borboleta"

7.        "Ensaboa/Lamento da Lavadeira/Colonial Mentality/Marinheiro Só/A Felicidade/Eu Sou Negão"

8.       "Eu Não Sou da Sua Rua"

9.       "Diariamente"

10.    "Eu Sei (Na Mira)"

11.    "Tudo Pela Metade"

12.    "Mustapha"

 

Comentário: Primeiro álbum de estúdio da cantora (e segundo da carreira, contando o disco ao vivo MM, de 1989), a obra entrega uma série de boas canções contendo brasilidade, leveza e um espírito dançante. Marisa Monte está impecável, com seu vocal doce, firme, que acalenta e nos convida a entrar no movimento da música. A faixa de abertura, Beija Eu, é um de seus maiores sucessos, até hoje. Ainda Lembro, por sua vez, traz uma participação especial e muito bem-vinda do jovem Ed Motta. Rosa, a quinta faixa, é um clássico de Otávio de Souza e Pixinguinha – aqui, recebendo uma belíssima performance da cantora. Borboleta é uma música folclórica, natalina e infantil. A sétima faixa tem Ensaboa, de Cartola, na base, além de outras homenagens – incluindo um verso d’A Felicidade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Outra boa surpresa é a criativa Diariamente, composição de Marisa e Nando Reis, coautor de algumas canções do disco.

 

Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão (1994)

Nota pessoal: 9,0 (excelente)

Gênero: MPB; samba. Gravadora: Phonomotor; EMI.

 

1.       "Maria de Verdade"

2.       "Na Estrada"

3.       "Ao Meu Redor"

4.       "Segue o seco"

5.       "Pale Blue Eyes" (letra de Lou Reed)

6.       "Dança da Solidão" (feat. Gilberto Gil)

7.       "De mais ninguém"

8.       "Alta Noite"

9.       "O Céu"

10.    "Bem Leve"

11.    "Balança Pema"

12.    "Enquanto Isso" (feat. Laurie Anderson)

13.    "Esta Melodia"

 

Comentário: O segundo álbum de estúdio de Marisa Monte é mais completo, com um leque maior de combinações e arranjos, tendo destaque para o violão, além de certos elementos orquestrais, como o violino, e instrumentos típicos do samba, como a cuíca. Os letristas são ilustres, incluindo a própria Marisa, Nando Reis, Carlinhos Brown, Paulinho da Viola, Arnaldo Antunes, Jorge Ben Jor, Lou Reed, que compôs a quinta faixa, Pale Blue Eyes, cantada em inglês mesmo, e Jamelão e Bubú da Portela, que assinam o samba de encerramento, Esta Melodia. O ritmo do samba, aliás, é bem presente no disco, aparecendo, por exemplo, na excelente Dança da Solidão – que conta com o violão e o vocal secundário do mestre Gilberto Gil. Há regionalismos, como referências à seca e forte percussão africana, mas versos em inglês também fazem uma ponta, como ocorre em Enquanto Isso, onde Laurie Anderson declama na língua estrangeira e Marisa Monte ostenta todo o seu talento vocal, em português.

 

Memórias, Crônicas e Declarações de Amor (2000)

Nota pessoal: 8,9 (ótimo)

Gênero: MPB. Gravadora: Phonomotor; EMI.

 

1.       "Amor I Love You" (feat. Arnaldo Antunes declamando Eça de Queiroz)

2.       "Não Vá Embora"

3.       "O Que Me Importa"

4.       "Não É Fácil"

5.       "Perdão Você"

6.       "Tema de Amor"

7.       "Abololô"

8.       "Para Ver as Meninas"

9.       "Cinco minutos"

10.    "Gentileza"

11.    "Água Também é Mar"

12.    "Gotas de Luar"

13.    "Sou seu Sabiá"

 

Comentário: Memórias, Crônicas e Declarações de Amor é o álbum mais pop de Marisa Monte, com grande êxito comercial na abertura do milênio. Ele é composto por canções inéditas/originais e covers, como os discos anteriores. A primeira faixa, “Amor I Love You”, é um dos maiores hits da cantora – e traz, na declamação de Arnaldo Antunes, um trecho do livro O Primo Basílio, de Eça de Queiroz. “O Que Me Importa”, outro single, encerra-se com um solo de piano; “Para Ver as Meninas”, de Paulinho da Viola, puxa mais para o samba, comum no CD anterior. A décima faixa, por sua vez, “Gentileza”, é uma homenagem à José Datrino, o Profeta Gentileza, que declamava “gentileza gera gentileza” e cujas frases, em um viaduto carioca, estavam sendo ameaçadas pela tinta da prefeitura. As duas últimas canções são algumas das mais belas: “Gotas de Luar”, belíssimo cover acústico de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, e “Sou seu Sabiá”, de Caetano Veloso. No todo, basicamente é um álbum sobre o amor, em suas declarações mais românticas.

 

Infinito Particular (2006)

Nota pessoal: 9,2 (excelente)

Gênero: MPB. Gravadora: Phonomotor; EMI.

 

1.       "Infinito Particular"

2.       "Vilarejo"

3.       "Pra Ser Sincero"

4.       "Levante"

5.       "Aquela"

6.       "A Primeira Pedra"

7.       "O Rio"

8.       "Gerânio"

9.       "Quem Foi"

10.    "Pernambucobucolismo"

11.    "Aconteceu"

12.    "Até Parece"

13.    "Pelo Tempo que Durar"

 

Comentário: O álbum é o mais pessoal/autoral da cantora, até então. Todas as canções, inéditas, foram compostas por Marisa e parceiros, sem o incremento de covers, bem comuns nos discos anteriores. Aqui, a artista traz um lirismo belíssimo, como se demonstra, por exemplo, em O Rio: “Essa certeza, a ciência nos dá / Que vai chover quando o Sol se cansar / para que flores não faltem”; ou em Pelo Tempo Que Durar, a fechar o álbum na atmosfera de um sonho bom: “Geleiras vão derreter / Estrelas vão se apagar / E eu pensando em ter você / Pelo tempo que durar”. São músicas que aquecem o coração, com o típico romantismo da compositora – dessa vez, mais contemplativo. O destaque fica para Vilarejo, a primeira faixa. É minha canção favorita de Marisa, seja pela vibe, seja pela letra, de uma poética que nos apresenta os elementos de uma vila a transbordar primavera, história e calmaria, como um paraíso terrestre: “Flores enfeitando / os caminhos, os vestidos, os destinos”.

 

Universo ao Meu Redor (2006)

Nota pessoal: 8,5 (ótimo)

Gênero: Samba. Gravadora: Phonomotor; EMI.

 

1.       "Universo ao Meu Redor"

2.       "O Bonde do Dom"

3.       "Meu Canário"

4.       "Três Letrinhas"

5.       "Quatro Paredes"

6.       "Perdoa, Meu Amor"

7.       "Cantinho Escondido"

8.       "Statue of Liberty" (feat. Fernandinho Beat Box)

9.       "A Alma e a Matéria"

10.    "Lágrimas e Tormentos"

11.    "Satisfeito"

12.    "Para Mais Ninguém"

13.    "Vai Saber"

14.    "Pétalas Esquecidas"

 

Comentário: Lançado junto ao disco Infinito Particular (2006), este trabalho é predominantemente uma obra de samba, com os temas clássicos do gênero. Marisa fez uma longa pesquisa para encontrar, na tradição, grandes nomes de sambistas do passado, que homenageou junto aos frequentes parceiros contemporâneos. Além disso, em algumas faixas, há a presença de beatbox, especialmente a oitava, Statue of Liberty, onde Fernandinho Beat Box e David Byrne participam. É a canção mais diferente do disco, com versos em inglês e português. É possível ouvir também o som de kalimba e ukulele em determinadas músicas, mas a base é sempre o samba clássico. Destaco a contagiante O Bonde do Dom, a meiga – quase infantil – Três Letrinhas, de Moraes Moreira, e a dramática Vai Saber, de Adriana Calcanhotto, minhas favoritas do CD.

 

O Que Você Quer Saber de Verdade (2011)

Nota pessoal: 9,4 (excelente)

Gênero: MPB. Gravadora: EMI.

 

1.       "O Que Você Quer Saber de Verdade"

2.       "Descalço no Parque"

3.       "Depois"

4.       "Amar Alguém"

5.       "O Que Se Quer"

6.       "Nada Tudo"

7.       "Verdade, Uma Ilusão"

8.       "Lencinho Querido (El Panuelito)"

9.       "Ainda Bem"

10.    "Aquela Velha Canção"

11.    "Era Óbvio"

12.    "Hoje Eu Não Saio Não"

13.    "Seja Feliz"

14.    "Bem Aqui"

 

Comentário: O último álbum de estúdio de Marisa Monte também é o melhor, mais maduro, confiante, superior em qualidade e diversidade. Viciante. É um disco bem completo, de “textura” bem trabalhada, com cada canção soando de um modo diferente. Os arranjos estão perfeitos, combinando cordas e percussões. Há uma vibe vibrante durante toda a obra, algo alegre, quente, dançante, profundamente emocional. Um dos dois maiores hits do CD, que marcou a trilha da novela Avenida Brasil, chama-se Depois e conta a história de uma separação: “Depois de sonhar tantos anos / De fazer tantos planos / De um futuro pra nós / Depois de tantos desenganos / Nós nos abandonamos como tantos casais”. O outro grande hit do disco é Ainda Bem, uma das melhores músicas da carreira de Marisa Monte, com uma aura latina, sensual, fervente, que conduz a dança (simplesmente perfeita): “Ainda bem / Que agora encontrei você / Eu realmente não sei / O que eu fiz pra merecer você”. Hoje Eu Não Saio Não, a décima segunda faixa, um forró bem suave, de certa forma antecipa a rotina do mundo pandêmico que viria uma década depois. No todo, o álbum consegue nos envolver plenamente e cada canção gruda na nossa memória.

 

 

ÁLBUNS COLABORATIVOS:

 

Tribalistas (2002)

“Com Tribalistas”

Nota pessoal: 9,8 (excelente)

Gênero: MPB. Gravadora: Phonomotor; EMI.

 

1.       "Carnavália"

2.       "Um a Um"

3.       "Velha Infância"

4.       "Passe em Casa"

5.       "O Amor é Feio"

6.       "É Você"

7.        "Carnalismo"

8.       "Mary Cristo"

9.       "Anjo da Guarda"

10.    "Lá de Longe"

11.    "Pecado é lhe Deixar de Molho"

12.    "Já Sei Namorar"

13.    "Tribalistas"

 

Comentário: Formado por três artistas (e amigos) consagrados, Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, Tribalistas foi um sucesso internacional, especialmente na Europe, mesmo sem apresentações e entrevistas nas grandes mídias, nem shows. Velha Infância e Já Sei Namorar se tornaram clássicos absolutos da música popular brasileira. O disco mantém uma atmosfera feliz, leve, romântica, perfumada de nostalgia e infância. É bem alto-astral, um verdadeiro tributo aos sonhadores, gente de coração bom, de todos os cantos do mundo. A banda se mantém autêntica em cada faixa, livre para ser quem é, sem medos – com cada um do trio exercendo o que prefere, no espaço em que se sente bem. O contraste entre o aveludado da voz de Marisa e o grave retumbante da voz de Arnaldo, com as percussões criativas e os versos soltos de Carlinhos, são a principal essência do disco. É viciante e faz um bem danado. “Chiclete” da melhor qualidade.

 

Tribalistas (2017)

“Com Tribalistas”

Nota pessoal: 9,6 (excelente)

Gênero: MPB. Gravadora: Phonomotor, Universal Music.

 

1.       "Diáspora"

2.       "Um Só"

3.       "Fora da Memória"

4.       "Aliança"

5.       "Trabalivre"

6.       "Baião do Mundo"

7.       "Ânima"

8.       "Feliz e Saudável"

9.       "Lutar e Vencer"

10.    "Os Peixinhos" (feat. Carminho)

 

Comentário: 15 anos após o primeiro disco do grupo, a essência dos Tribalistas é a mesma, embora algumas letras sejam mais sócio-políticas. Na primeira faixa, Diáspora, o tema dos refugiados, tão caro aos nossos dias, aparece explicitamente. Há um sentimento mais macro, coletivo, consciente. Ainda assim, a felicidade é predominante. Destaque para Aliança, maior sucesso do disco no Spotify, que faz o matrimônio de tema e possui uma das mais belas melodias do grupo. As batidas de Carlinhos Brown continuam ditando o ritmo, com uma série de instrumentos de percussão – e eletrônicos. Arnaldo e Marisa mantêm a qualidade vocal e quiçá até melhoram enquanto compositores. São letras belíssimas. Para encerrar o álbum, Os Peixinhos não deixa acabar o ar de boa infância e ainda traz, no vocal, a cantora portuguesa Carminho.

 

 

ÁLBUNS AO VIVO & COLETÂNEAS:

 

MM (1989)

“Ao vivo”

Nota pessoal: 9,0 (excelente)

Gênero: Ao vivo; MPB. Gravadora: EMI.

 

1.       "Comida"

2.       "Bem Que Se Quis (E Po' Che Fa')"

3.       "Chocolate"

4.       "Ando Meio Desligado"

5.       "Preciso me Encontrar"

6.       "O Xote das Meninas / Severina Xique Xique"

7.       "Negro Gato"

8.       "Lenda das Sereias, Rainha do Mar"

9.       "South American Way"

10.    "(I Heard It Through the) Grapevine"

11.    "Bless You Is My Woman Now" (feat. Nouvelle Cuisine)

12.    "Speak Low" (versão de estúdio)

 

Comentário: O disco de estreia de Marisa Monte é, surpreendentemente, um álbum ao vivo. A única canção de estúdio é a última faixa, Speak Low. O que mais impressiona é o alcance vocal da artista, que inicia o disco entre sussurros e gritos rasgados, e o ecletismo: temos, aqui, clássicos da música popular brasileira, com canções de Tim Maia, Candeia e Luiz Gonzaga, por exemplo. O Xote das Meninas / Severina Xique Xique aparece em tom de reggae. Negro Gato, famosa na voz de Roberto Carlos, também faz presença notável. Na parte final, uma série de músicas em inglês. Em Bless you is my Woman Now, Marisa divide o vocal com a banda de jazz Nouvelle Cuisine. O maior sucesso do disco foi a faixa dois, Bem que se Quis, versão brasileira de E Po' Che Fa’, de Pino Daniele.

 

Barulhinho Bom (1996)

“Ao vivo”

Nota pessoal: 8,7 (ótimo)

Gênero: Ao vivo; MPB. Gravadora: Phonomotor; EMI. 

 

Disco 1

 

1.       "Panis et Circenses"

2.       "De Noite na Cama"

3.       "Beija Eu"

4.       "Give Me Love (Give Me Peace on Earth)"

5.       "Ainda Lembro"

6.       "A Menina Dança"

7.       "Dança da Solidão"

8.       "Ao Meu Redor"

9.       "Bem Leve"

10.    "Segue o Seco"

11.    "O Xote das Meninas"

 

Disco 2 (em estúdio)

 

1.       "Arrepio"

2.       "Magamalabares"

3.       "Chuva no Brejo"

4.       "Cérebro Eletrônico"

5.       "Tempos Modernos"

6.       "Maraçá"

7.       "Blanco"

 

Comentário: Trata-se de um álbum duplo. O primeiro e maior disco é ao vivo, de um show gravado em Recife, Pernambuco; o segundo, por sua vez, contém sete faixas de estúdio. Como MM (1989), Barulhinho Bom é eclético e navega bem pelos diferentes ritmos, com alta performance vocal da cantora. Há covers de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Lulu Santos, entre outros. Com letra da própria Marisa, duas canções – ainda do primeiro disco de estúdio, Mais (1991): Beija Eu e Ainda Lembro. De outros discos da cantora, Segue o Seco, Ao Meu Redor, Bem Leve e Dança da Solidão também se fazem presentes ao vivo. No todo, o álbum é uma experiência musical deliciosa. Destaque para a polêmica capa, feita por Carlos Zéfiro, célebre ilustrador de HQs eróticas.

 

Infinito ao Meu Redor (2008)

“Ao vivo”


Nota pessoal: 8,5 (ótimo)

Gênero: Ao vivo; MPB. Gravadora: Phonomotor; EMI.

 

1.       "Infinito Particular"

2.       "Universo ao Meu Redor"

3.       "Carnavália"

4.       "Aconteceu"

5.       "Pernambucobucolismo"

6.       "Alta Noite"

7.       "Mais Uma Vez"

8.       "Pedindo Pra Voltar"

9.       "Não é Proibido"

 

Comentário: Publicado como CD, show em DVD e documentário, o disco apresenta 9 faixas da turnê de divulgação dos álbuns lançados simultaneamente em 2006: Infinito Particular e Universo ao meu Redor. É uma celebração da mistura entre esses dois trabalhos. As três últimas canções, no entanto, são inéditas. Menos completo (ou melhor, mais restrito) que os dois últimos CDs ao vivo, este trabalho tem o mérito de nos apresentar as novas músicas em versão de palco – e faz isso muito bem. O documentário é um complemento interessante e nos leva para dentro da rotina de shows da artista.

 

Verdade, uma Ilusão (2014)

“Ao vivo”


Nota pessoal: 8,7 (ótimo)

Gênero: Ao vivo; MPB. Gravadora: Phonomotor, Universal Music.

 

1.       "O Que Você Quer Saber De Verdade"

2.       "Descalço no Parque"

3.       "Arrepio"

4.       "Ilusão"

5.       "Depois"

6.       "Amar Alguém"

7.       "Diariamente"

8.       "Infinito Particular"

9.       "E.C.T."

10.    "De Mais Ninguém"

11.    "Dizem (Quem Me Dera)"

12.    "Lencinho Querido (El Panuelito)"

13.    "Sono Come Tu Mi Vuoi"

14.    "Ainda Bem"

15.    "Verdade, Uma Ilusão"

16.    "Gentileza"

17.    "Não Vá Embora"

 

Comentário: Lançado junto ao show audiovisual, em DVD e Blu-ray, este disco ao vivo nos imerge na turnê de 2012-2013 da cantora, com faixas do último e aclamado disco de estúdio, O Que Você Quer Saber de Verdade (2011), além de sucessos anteriores, como Diariamente, do primeiro álbum, Mais (1991). Há, portanto, uma setlist recheada de canções de toda a carreira de Marisa, tudo tocado e cantado com a paixão da artista. Um diferencial é o som da imensa empolgação do público, agregando à experiência.

 

Coleção (2016)

“Coletânea de faixas”


Nota pessoal: 9,0 (excelente)

Gênero: MPB. Gravadora: Phonomotor, Universal Music.

 

1.       "Nu com a minha música" (feat. Devendra Banhart e Rodrigo Amarante)

2.       "Cama (Uma Palavra)"

3.       "É doce morrer no mar" (feat. Cesária Évora)

4.       "Carinhoso" (feat. Paulinho da Viola)

5.       "Alta noite" (feat. Arnaldo Antunes)

6.       "A primeira pedra" (feat. Gustavo Santaolalla)

7.       "Dizem que o amor" (feat. Argemiro da Portela)

8.       "Ilusion (Ilusão)" (feat. Julieta Venegas)

9.       "Esqueça"

10.    "Chuva no mar" (feat. Carminho)

11.    "Fumando espero" (feat. Gustavo Santaolalla)

12.    "Volta meu amor"

13.    "Waters of March" (feat. David Byrne)

 

Comentário: Com o passar das décadas, Marisa Monte gravou músicas para filmes e shows, além de integrar faixas colaborativas isoladas nos discos de outros artistas. Coleção reúne algumas dessas canções. Portanto, não é um álbum conceitual, como os outros. É uma coletânea, com cada faixa funcionando isoladamente. Cada música, aqui, tem seu brilho particular e não peca em nada na qualidade. Marisa divide o vocal com o velho amigo Arnaldo Antunes, a cantora portuguesa Carminho, David Byrne do Talking Heads – com uma versão bilíngue de Águas de Março, do Tom Jobim –, entre outros. Um destaque acalentado é o clássico Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, onde a cantora faz dueto com Paulinho da Viola.

 

Tribalistas Ao Vivo (2019)

“Ao vivo / com Tribalistas”


Nota pessoal: 9,6 (excelente)

Gênero: Ao vivo; MPB. Gravadora: Phonomotor Records, Altafonte.

 

1.       "Tribalistas"

2.       "Carnavália"

3.       "Um Só"

4.       "Vilarejo"

5.       "Anjo da Guarda"

6.       "Fora da Memória"

7.       "Diáspora"

8.       "Um a Um"

9.       "Ânima"

10.    "Velha Infância"

11.    "É Você"

12.    "Carnalismo"

13.    "Aliança"

14.    "Até parece / Não é Fácil"

15.    "Sem Você"

16.    "Lá de Longe"

17.    "Lutar e Vencer"

18.    "Universo ao Meu Redor"

19.    "Infinito Particular"

20.    "Paradeiro / Consumado"

21.    "Amor I Love You"

22.    "Depois"

23.    "Trabalivre"

24.    "Passe em Casa"

25.    "Já Sei Namorar"

 

Comentário: Gravado em São Paulo, em meio à turnê dos Tribalistas, o disco reúne os maiores sucessos do grupo – e alguns da carreira solo de Marisa. Histórico, pois a banda só veio a realizar shows com o lançamento do segundo álbum de estúdio, 15 anos após a estreia. Os fãs estavam em polvorosa, ansiosos. E isso se reflete no show, com um oceano de vozes acompanhando o trio em cada verso, notadamente os clássicos. Arrepiante. Além disso, é o maior disco da discografia da cantora, com 25 faixas.

 

Cinephonia (2020)

“Coletânea de gravações / ao vivo”

Nota pessoal: 8,2 (ótimo)

Gênero: Ao vivo; MPB. Gravadora: Sony.

 

Memórias (2001)

 

1.       "Eu Te Amo, Eu Te Amo, Eu Te Amo"

2.       "Arrepio"

3.       "Perdão Você"

4.       "O Que Me Importa"

5.       "Para Ver as Meninas"

6.       "Água Também é Mar "

7.       "Enquanto Isso"

8.       "Ontem ao Luar"

9.       "Paradeiro"

10.    "A Sua"

11.    "Acontecimento"

12.    "Gentileza"

13.    "Não é Fácil"

14.    "Eu Sei (Na Mira)"

15.    "Tema de Amor"

16.    "Não Vá Embora"

17.    "Amor I Love You"

 

Hotel Tapes (1996)

 

1.       "Magamalabares"

2.       "Vide Gal"

3.       "Chuva no Brejo"

4.       "A Menina Dança"

5.       "O Mistério do Planeta"

6.       "Eu Sou o Caso Deles"

7.       "Tempos Modernos"

8.       "Cérebro Eletrônico"

 

Princípios (1989 - 1992)

 

1.       "These Are the Songs" (feat. Ed Motta)

2.       "Eu não sou da sua rua"

3.       "De noite na cama"

4.       "Você não serve pra mim"

5.       "Não quero dinheiro"

6.       "Volte para o seu lar"

 

Comentário: Cinephonia é mais do que uma coletânea de faixas; é, na realidade, uma coletânea de gravações ao vivo, imagens, partituras, fotos. E uma experiência interativa. Nas palavras da artista, em seu site pessoal: “Assistir, escutar, ter tudo isso acessível foi fundamental para que hoje eu possa colocar ao alcance do público esse material que chamei de Cinephonia. Cine (movimento/imagem) e Phonia (som). Os sons das imagens”. Para a presente resenha discográfica, fiz uso somente do material sonoro. É um material de ouro para os fãs, contendo três obras: Memórias (2001), show da turnê do terceiro álbum de estúdio, com 17 faixas; Hotel Tapes (1996), gravado na Floresta da Tijuca, aos pés do Cristo Redentor, com amigos, como os Novos Baianos; e Princípios (1989 - 1992), EP ao vivo, com participação de Ed Motta.

 

Discografia completa da musicista:

 

Álbuns de estúdio

 

2011 – O Que Você Quer Saber de Verdade

2006 – Universo ao Meu Redor

2006 – Infinito Particular

2000 – Memórias, Crônicas e Declarações de Amor

1994 – Verde, Anil, Amarelo, Cor de Rosa e Carvão

1991 – Mais

 

Álbuns colaborativos

 

2017 – Tribalistas (com Tribalistas)

2002 – Tribalistas (com Tribalistas)

 

Álbuns ao vivo & coletâneas

 

2020 – Cinephonia (coletânea de gravações / ao vivo)

2019 – Tribalistas Ao Vivo (ao vivo / com Tribalistas)

2016 – Coleção (coletânea de faixas)

2014 – Verdade, Uma Ilusão (ao vivo)

2008 – Infinito ao Meu Redor (ao vivo)

1996 – Barulhinho Bom (ao vivo)

1989 – MM (ao vivo)

 

FONTES: Todos os álbuns acima, em negrito; Spotify; Wikipedia; Revista Rolling Stone;

Site oficial: marisamonte.com.br/pt/musica/discografia

Entrevista de Marisa Monte para o Programa do Jô em 25 de novembro de 2016. Disponível em: globoplay.globo.com/v/5475726

Documentário Infinito Ao Meu Redor (2008), de Vicente Kubrusly.

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