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quinta-feira, 12 de agosto de 2021

RESENHA: Cem sonetos de amor (de Pablo Neruda)


Resenha de:

CEM SONETOS DE AMOR

DE PABLO NERUDA


23 de julho de 2021

Ester Silva, graduada em Letras Português




Em "Cem sonetos de amor", Neruda escreve e dedica para Matilde Urrutia poemas que o escritor usa do sentimentalismo exacerbado, doce, triste, sereno, urgente ou mesmo simplório, para contemplar a mulher amada.

Dividido em Manhã, Meio-dia, Tarde e Noite, o autor percorre temas recorrentes, como a natureza, para comparar Matilde e descrevê-la segundo a idealização amorosa e poética. Mas não só: aliando o nome da amada a pátrias, sentimentos, sabores, cores, dores, sensações, Neruda faz de Matilde a própria Vênus de Milo, posta na pintura íntima que também conta baixinho nos versos sobre como foram amantes apaixonados.

Mas nem tudo são flores e amores. Há sonetos em que o autor remonta adversidades enfrentadas pelos amados, extraviando a doçura dos versos e descrevendo visões sombrias, prantos e lamentos, o que faz o leitor sentir certo gosto de fel na boca ou, pelo menos, uma dorzinha no coração. Afinal, nem mesmo os grandes poetas ou apaixonados (se é que tem como não ser os dois) estão imunes a tais casualidades.

Não pude não gostar de todos os sonetos. Cada qual mostrou o poeta absorto num mood diferente, trazendo para o leitor uma imagem de Matilde que, utópica ou não, faz a gente querer, em algum momento, que tais versos pudessem ser escritos por alguém para nós (por que não? hihi). (Sonho meeeeuu! 🎶)

Cem sonetos de amor apresenta Neruda prostrado aos pés de Matilde, mas, ao mesmo tempo, simplesmente olhando nos olhos dela e, cordialmente, declamando sua poesia. Poesia esta que, cá entre nós, é mais de Matilde do que de Neruda. É uma linda leitura, das que se devora num só dia. Mas não de qualquer jeito. Eu recomendo com uma bebida quentinha ou um pouco de vinho, e ao som de Maria Bethânia.

#parcerialepm #poesia #neruda @lepmeditores

REFERÊNCIA: NERUDA, Pablo. Cem sonetos de amor; Tradução de Carlos Nejar - Porto Alegre: L&PM, 2020.

Um comentário:

  1. Perfeita tradução do amor, na sua sublime existência. A recomendação de como ler, me encheu de vontade.

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