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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

DESEJOS DE UM GIRASSOL

IMAGEM: pixabay.com

Franzino, cabisbaixo e triste,
O girassol pernoita na penumbra.
Sonhador, de seu amor nunca desiste;
No arrebol, rútila amada lhe deslumbra.


É lusco-fusco da manhã no veraneio,
Onde as trevas queimam vivas nos céus.
O canto do galo sai meio rouco, meio cheio,
Fazendo a luz botar as sombras como réus.

A majestade do dia flameja no horizonte
E a loura planta mira ela enamorada.
Por cima da horta, do lago e do monte,
A áurea estrela brilha plena, empoderada.

Queria a lourejante flor emergir daquele solo
E voar imponente até o supremo astro...
Queimar suas pétalas, pulverizar o protocolo,
Fugir deste mundo infeliz sem deixar rastro.

Despejaria suas sementes no fogo
E, com o pó que sobraria de seus filhos,
Teria a liberdade, a quebra do jogo,
A atenção de Deus e a evasão de seus trilhos.

Sonhou a tarde inteira com o beijo inviável,
Sentiu, por dia completo, o calor deste amor.
Via, sentia, mas não tinha, pois não era tocável.
Ele era o imperador da galáxia e ela só uma flor.

Pobre girassol enraizado na terra fértil,
Nunca alcançará o Sol, seu bem-querer.
A tarde cai, a noite sobe e ele jaz flébil
Desejando o ardor ou simplesmente morrer.

Douglas Jefferson, bacharel em Filosofia
in Nascente

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