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domingo, 26 de janeiro de 2020

ENTREVISTA com Cindy Carol Moreira, terapeuta: entenda sobre a Programação Neurolinguística e sua atuação na sociedade

ENTREVISTA com Cindy Carol Moreira, terapeuta: entenda sobre a Programação Neurolinguística e sua atuação na sociedade

27 de novembro de 2019
Natália Cruz, estudante de Jornalismo
Edição: Douglas Jefferson

Foto por: Adriano Fruchi.

            Cindy Carol Moreira, graduada em Ciência da Computação pelo Mackenzie, possui um vasto currículo com formações nacionais e internacionais em Psicanálise Clínica Integrativa, Hipnose Ericksoniana, Hipnoterapia, Programação Neurolinguística, Vícios e Casos Extremos de Drogas, além de ser autora de um e-book denominado “Realize-se: 21 dicas para realizar seus sonhos” e coautora da obra “Hipnose – Aplicações Práticas”.
Toda essa bagagem possibilitou que seus conhecimentos fossem disseminados para ajudar jovens e adultos a refletirem sobre suas ações. Para isso, a profissional oferece palestras, cursos e produz um conteúdo gratuito no site CurAtividade, com artigos e comentários sobre como atuou no combate à dependência química utilizando métodos importantes da Programação Neurolinguística.
Confira a entrevista e conheça um pouco mais sobre a influência desse trabalho.

 
Foto por: Adriano Fruchi.

NATÁLIA: Como você decidiu se especializar nessa área?

CINDY: Sou formada em Ciência da Computação, mas sempre gostei de realizar pesquisas e de me aprofundar sobre outros temas, a desvendar esse mundo com infinitas possibilidades. Após fazer cursos e conhecer mais sobre a hipnose e a PNL [Programação Neurolinguística], percebi que isso me fazia bem e que eu levava jeito. Brinco que, antes, programava computadores; agora, passei a reprogramar mentes. É ótimo poder explorar um assunto tão importante e ajudar pessoas. Quando estou atendendo, me dedico totalmente ao cliente e suas necessidades, sejam elas de alta-performance ou terapêuticas.

NATÁLIA: O que é a PNL e como ela auxilia no tratamento de usuários de drogas? De que maneira acredita que essa ação pode colaborar para a sociedade?

CINDY: A PNL estuda a estrutura subjetiva por trás do comportamento, das interações e experiências humanas, que ocorrem de formas conscientes e inconscientes. No meu site, CurAtividade, explico sobre o significado da palavra e seus conceitos. Mas, de modo amplo, é um ramo que estuda essa relação da captação do que ocorre no ambiente e em como esses estímulos interferem e são interferidos pela nossa identidade pessoal, valores, capacidades, comportamentos e relacionamentos com outras pessoas ou com aspectos de nós mesmos etc.
No caso da dependência química, explico que é um “buraco emocional” onde a pessoa sente que não consegue ser ela de verdade sem o objeto de vício. A estrutura profunda do vício em drogas químicas, jogos ou compras, por exemplo, é sempre a mesma. Porém, quando falamos de casos extremos de drogas, o usuário é marginalizado, a sociedade utiliza termos pejorativos e xingamentos que costumam agravar esse quadro. Para uma evolução, temos um processo de introdução dos nossos tratamentos e técnicas, que buscam incluir e compreender o indivíduo de maneira única, sem esses apontamentos que costumam vivenciar no cotidiano, tratando o mal pela raiz, na causa. Geralmente, o registro deste “buraco” emocional ocorreu antes dos 7 anos de idade. A PNL atua ressignificando as impressões e emoções que dão possibilidade para que essa doença exista naquele indivíduo. Cada indivíduo é único e os protocolos acabam sendo únicos também. Um cliente que tenha utilizado “craque” dos 12 aos 45 anos, geralmente, não aprendeu a lidar com frustações sem a droga, então o trabalho que fazemos vai além de tratar a raiz e as causas do problema, e é incluído todo um protocolo de aprendizado, gerenciamento de emoções e alta performance para que esse sujeito aprenda a lidar com suas emoções e alcance os resultados que almeja em sua vida. Lidar com casos extremos demanda bastante energia, mas, para mim, gera uma grande satisfação.
Outra alternativa para quem busca tratamento é uma planta chamada iboga. É importante ressaltar que ela não é liberada para a venda. Mas algumas clínicas específicas usam como forma de auxílio, por ela cortar, de forma química, a dependência do usuário. Trabalhei um bom tempo em uma clínica, em Paulínia, interior de São Paulo, que foi a pioneira no Brasil com esta forma de tratamento. No caso, o uso é liberado para a própria pessoa, conforme a necessidade e também dentro da legalidade. O protocolo geralmente é integrativo, onde médicos e enfermeiros são responsáveis pelas medicações e dosagem da planta, e psicólogos e profissionais da área mental, como eu, são responsáveis pelo tratamento dos motivos psicológicos do vício. Hoje em dia, não estou trabalhando em nenhuma clínica com iboga, mas, além do tratamento de casos extremos em consultório, acompanho muitos clientes em pós tratamento de iboga.

NATÁLIA: Outros vícios, como o uso excessivo de celular e a influência das redes sociais, estão relacionados às futuras decepções dos jovens atualmente?

CINDY: Quando há a estrutura do vício na pessoa, ela pode trocar seu objeto de vício ao longo das fases da vida até que realmente tenha tratado essa estrutura. Nem sempre a pessoa tem consciência de seus objetos de vício. Assim como um alcoólatra pode negar que esteja com vício em álcool, uma pessoa que esteja com vício em celular, atividades ou até mesmo pessoas, pode não ter consciência disso. Embora nos manuais clínicos de uso psiquiátrico como o DMS-5, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, cada patologia tem seu próprio diagnóstico, a estrutura do vício, pelo olhar da PNL é a mesma, independente do motivo do vício, que pode se alterar de indivíduo para indivíduo e conforme as fases da vida de um mesmo indivíduo.
Nesses casos, deve-se trabalhar a razão comportamental para conhecer o que a pessoa está passando. O comportamento impulsivo e o ato de passar tanto tempo em prol de algo mostra que a pessoa necessita de algo que lhe ofereça bem-estar. A depressão, em certos momentos, pode estar relacionada, e ser agravada, por essa imagem que o indivíduo transmite, como, por exemplo, o isolamento social, a falta de comunicação ou desinteresse.
Mas nem sempre aquele que está no celular sofre de alguma coisa mais grave. Como mencionei, é necessário avaliar o motivo que gerou esse comportamento, seja algum problema familiar, de trabalho, algum empecilho em seu cotidiano, uma dificuldade cognitiva, algo que impeça de se relacionar ou se integrar em um ambiente.
Há também o aspecto da dificuldade do ser humano em falar sim ou não (falam apenas sim para tudo ou não para tudo, não há um meio termo ou uma análise), de se prender a algum hábito, de não ter a consciência dessa ação e da responsabilidade de uma atitude para o seu campo social, de cometer deslizes e encarar isso como o fim, e demais exemplos que conseguimos detectar com as ferramentas necessárias, como a hipnose, a terapia e outros.

NATÁLIA: Em relação ao “pensamento positivo”, de que maneira podemos começar a aplicar isso em nosso cotidiano?

CINDY: O pensamento positivo requer determinados estímulos e o tempo de adaptação. Uma forma de alcançar satisfação é adquirir uma postura positiva perante a vida, enxergar em um primeiro momento que todo comportamento (seu ou de outros), mesmo que não seja/tenha atingido exatamente resultados positivos, possui uma intenção positiva - uma discussão pode não ser o comportamento ideal de um casal, mas a intenção que gerou essa discussão certamente foi, cada um pode estar buscando, por exemplo, a paz no relacionamento. Entender que todos os comportamentos têm uma intenção positiva e sempre fazemos a melhor escolha disponível para nós naquele momento gera uma qualidade de vida maior, além de proporcionar maiores aprendizados nas experiências cotidianas, em uma decisão de carreira, opiniões diferenciadas no âmbito familiar etc.
Há aqueles que acreditam que basta pensar positivo e esperar que tudo seja resolvido instantaneamente, mas não é exatamente assim. Nossa mente é muito mais complexa (e bela) do que apenas aquilo que conhecemos dela. Geralmente quando estamos dizendo “estou pensando positivo” estamos nos referindo a mente consciente. E, em média, 95% dos nossos comportamentos e pensamentos são motivados pela mente inconsciente, ou melhor, nossos programas internos.
É importante que esses programas internos sejam “possibilitadores” para que a pessoa realmente atinja um resultado efetivo, seja em saúde, esportes ou outro aspecto da vida. Quando negamos e rejeitamos conteúdos internos da nossa própria mente, esses conteúdos passam a fazer parte da nossa “sombra”. Para alcançar uma boa qualidade de vida, é importante que consigamos, cada vez mais, reconhecer nossas sombras. Então, quando uma pessoa tem programas internos limitantes, mas nega ao invés de acolher, o pensamento positivo consciente pode passar a ser uma máscara perigosa, que fará a “sombra” crescer e se acumular para um dia vir à tona na forma de pensamentos, comportamentos ou até somatizada em sintomas físicos. Sabe aquele ditado “quando você aponta para o outro, existem 4 dedos apontado para você”? Ele diz respeito à sombra, conteúdos pessoais reprimidos são geralmente aqueles que vemos nos outros e nos causam sentimentos fortes e negativos. Comece a perceber porque algumas pessoas e comportamentos te incomodam tanto, e quando perceber que, de alguma forma, isso está dentro de você (e não fora), você estará a meio caminho andado deste acolhimento.
Por isso recomendo a fórmula: autoconhecimento + ter a consciência que todo comportamento é motivado por uma intenção positiva + ter a consciência que as pessoas fazem a melhor escolha disponível no momento + estar disposto(a) a acolher aquilo que não gosta em você + foco no que você quer alcançar. Ter uma atitude positiva perante a vida não exclui o reconhecimento e acolhimento das sombras.
Tudo pode mudar com pequenos passos, como mudanças simples no modo de falar com o próximo, novos hábitos alimentares, introdução de exercícios físicos, contato com a natureza, dizer frases que estimulem o seu dia e diminuir as comparações com as outras pessoas. Procure fazer aquilo que te faz bem e esse processo, muitas vezes, acontecerá naturalmente.

NATÁLIA: O setembro amarelo, muito comentado na mídia, é um período de conscientização sobre saúde mental e prevenção ao suicídio. O que acha dessa iniciativa e como fazer que isso seja difundido não somente em um mês específico?

CINDY: Para nós, que vivenciamos e atuamos nesses casos, é normal debater, conversar e comentar sobre os temas – e sobre a PNL também –, não somente em setembro, mas sim de maneira constante. Entendo que nem todas as pessoas têm espaço, tempo e interesse nesse tipo de informação e desenvolvimento humano. Na escola, por exemplo, isso deveria ser abordado de uma forma mais adequada, para que as crianças já cresçam desenvolvendo a empatia, a compreensão, a responsabilidade para com o próximo e ferramentas de gestão emocional. Sem dúvida, isso é uma carência educacional, que poderia ser modificada. A PNL poderia também ser abordada nesses grupos e espaços, não de forma complexa, mas para que, justamente, compreendessem suas atitudes e pensamentos desde o período escolar.

NATÁLIA: Como é a sua relação com o yôga e qual é o benefício dessa prática?

CINDY: É uma prática que indico muito! O yôga é um conjunto de atividades estritamente práticas que melhoram praticamente tudo na vida. Aliado às atividades, e para elas realmente funcionarem, o yôga conta com bases filosóficas e comportamentais. Dentre as diversas linhas que existem atualmente, escolhi o swásthya yôga, que é o yôga pré-clássico, por considerá-lo muito completo. A raiz filosófica desta linha é o sámkhya, naturalista e não religiosa, e a raiz comportamental é o tantra, sensorial e desrepressora.
Após 8 anos de prática, posso afirmar com convicção que ele melhora as relações pessoais, auxilia a desenvolver a habilidade de extrair prazer da vida e gera inúmeros outros efeitos positivos. Não somente pela respiração, pelo autoconhecimento, pelo fortalecimento físico, mas também por fazer que as pessoas dediquem um tempo para cuidar delas. Todos devem procurar algo que se sentem bem e felizes, para que possam dar continuidade e evoluírem. Acredito que a prática do yôga está presente em mim. Yôga não é uma prática que se faz 1h do dia, é algo que se vive 24h por dia, é uma filosofia. O praticante mais avançado já tem em sua rotina hábitos de cuidado do corpo e da mente, como a meditação, que gosto de fazer ao amanhecer.


Foto por: Adriano Fruchi.

NATÁLIA: Para concluir, poderia nos indicar alguns livros e filmes?

CINDY: Livros - Para quem quer entender um pouco mais sobre a mente humana recomendo o "Introdução a Programação Neurolinguística" e o "Manual de Programação Neurolinguística - PNL" de Joseph O'Connor, todos os livros do Robert Dilts, que em minha opinião é a pessoa viva que mais entende e desenvolveu técnicas de acessar a estrutura profunda da mente humana, em especial os livros "Crenças - Caminho a Saúde e o Bem Estar - Robert Dilts, Tim Hallbom e Suzi Smith", A coleção estratégia da Genialidade - todos os volumes (Como utilizar a Programação Neurolinguística para entender: v.1 Aristóteles, Mozart, Sherlock Holmes e Walt Disney; v2. Albert Einstein; v3. Sigmund Freud, Leonardo da Vinci e Nikola Tesla) e Aprendizagem Dinâmica vol. 1 e 2 (Robert Dilts e Todd Epstein). Ainda sobre a mente humana, algumas obras que são essenciais são: "A Biologia da Crença" de Bruce H. Lipton, "Hipnose não existe? Monstros e varinha de condão" de Steven Heller, o "Manual de Hipnoterapia Ericksoniana" da incrível Sofia Bauer, as obras de Richard Bandler e John Grinder, como "Atravessando", as obras que descrevem o trabalho o Milton Erickson (que foi o maior hipnoterapeuta do mundo), em especial as obras de seu aluno Sidney Rosen M.D. O livro "O Jogo Interior do Tênis" de Timothy Gallwey, que foi de onde o Coaching surgiu e o "A imaginação na Cura - Xamanismo e Medina Moderna" de Jeane Achterbergtamb. Por ter tido minha formação acadêmica em ciência da computação, conheci o trabalho do futurista Ray Kurzweil, que considero um dos homens mais inteligentes do planeta.Na área da saúde, ele escreveu um livro incrível: "A Medicina da Imortalidade” junto ao médico Terry Grossman.  Para completar, acredito que não pode faltar o único e essencial "O Herói de Mil Faces" de Joseph Campbell, "Os sete saberes necessários à educação do futuro" de Edgar Morin e o principal: Alice no País das Maravilhas, que descreve de uma forma lúdica, divertidae gostosa as estruturas linguísticas mentais profundas.  Para as mulheres, recomendo as obras da Clarissa PinkolaÉstes: me inspiro em seu estilo literário científico e poético, em especial a obra "Mulheres que Correm com os  Lobos". Sobre yôga recomendo duas obras de "peso": o "Tratado de Yôga" do Metre DeRose e o "Yoga, imortalidade e liberdade" do Mircea Eliade. E para finalizar, como a poesia fala sobre a vida, a mente, o universo e nossa relação com ele da melhor forma, indico "O guardador de rebanhos", Fernando Pessoa (Alberto Caeiro).
            Filmes – Primeiramente, recomendo o filme nacional "Nise- O coração da Loucura", é emocionante, verdadeiro, necessário, poético e expõe tanto o contexto da mulher na psiquiatria, a influência da obra de Jung, da arte, poesia e do simbólico na recuperação de doentes mentais e o impacto da falta de humanidade no tratamento dessas pessoas maravilhosas na história do Brasil. Nise é um ícone e uma inspiração pessoal, vale a pena assistir!  Filmes como "Poder Além da Vida", "Don Juan DeMarco", "Feitiço do Tempo", "Gênio Indomável", "O Solista", "A Corrente do Bem", "Ilha do Medo”, "AOnda" (2008), "Clube da Luta", "12 homens e uma sentença" e "Sybil" são essenciais para estudar a mente humana ao mesmo tempo em que se desfruta de uma boa obra audiovisual.  Recomendo ainda os documentários do mentalistaDerren Brown, a série documentária de Christiane Amanpour, Amor e Sexo pelo Mundo, e, para entender um pouco a história da Hipnose, o documentário Mesmer- O Feiticeiro! Pessoalmente gosto muito do trabalho do Selton Mello, como diretor e ator e um filme seu que me roubou muitas lágrimas foi "O Filme da Minha Vida". As animações não podem faltar, amo animações! Recomendo muito o "Divertida Mente", "O menino e o mundo", "A pequena loja de suicídios" e "Labirinto do Fauno". Ahhh, recomendo todas as animações do Studio Ghibli, acredito que são os melhores filmes que uma criança poderia assistir nessa fase em que sua estrutura profunda de valores e crenças é criada. Eu amo de paixão os filmes do Studio Ghibli, em especial o "Princesa Mononoke", mas confesso que é difícil escolher um só.



Foto por: Adriano Fruchi.

            Cindy ainda possui notável talento em arte poética. Como nossa página preza pela literatura e afins, apresentamos, na sequência, alguns de seus belos versos:

Shiva e Shakti

Amizade é mel, chocolate e pitanga
É carinho fantasiado de peixinho
Cuidado disfarçado de amado
É estar ao lado
Estar ao lado...

Paixão é café, pimenta e gengibre
É vontade fantasiada de saudade
Desejo disfarçado de cortejo
É estar dentro
Estar dentro...

Amor é cardamomo
É melodia disfarçada de detalhe
É apoio, admiração e canção
Abraço, beijo e emoção...
É a combinação perfeita dos aromas
É pimenta e é chocolate... É pitanga e é gengibre...
É noz ... Amêndoa e pistache,
Como Shiva e Shakti
Amêndoa e pistache...

Cindy Carol Moreira

Para saber mais, visite o site CurAtividade, da Cindy: curatividade.com.br
Ela também faz consulta online. Para saber os preços, entre em contato com Cindy por meio de seu Facebook: facebook.com/cindy.carol.12

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