FONTE: "Angel playing a weird piano in the sky"
(publicado em 06/12/18 por BLD_psy), in: Art Amino
De finos, precisos e hábeis dedos a bailarem no piano,
Vejo-a
nítida através de um sonho que jamais recordarei.
Tocando e
melodiando os dias em seu âmbito humano,
Sob um
jequitibá-rosa num campo de eterno outono,
O piano do
tempo se cala para o restante do mundo;
Só não
cessa de soar para aqueles que, mesmo em sonho,
Carregam em
si o valor de viver cada novo segundo.
É assim que
o ritmo extasiante no coração dos poetas
Dita-lhes,
por estros, sublimes composições às suas vidas.
Em
sintonia, escreverão possíveis futuras obras prediletas
Transbordando
em versos de seletas palavras antes contidas.
Até que as
folhas da árvore que sombreia a Inspiração
Soltam-se
de seus finos galhos e voam, planando ao vento.
Serão
dádivas avulsas à realidade que algum dia encontrarão
Consumidores
de poemas, levando-os ao encantamento.
As teclas pararam
de tocar, a árvore jaz seca e o silêncio é belo.
Os versos
que vós ledes, aqui não há, pois nem mesmo existem;
Recito-os
sonhando inexplicavelmente d’um Universo paralelo
Onde anjos
tangem alentos aos mortais que os perseguem.
O sonho
então acabou; ao amanhecer, o esquecerei.
Quando
finalmente abrir meus olhos e sentir a luz do dia,
O piano e o
anjo já terão partido – se foi real, nunca saberei.
Este foi o
dia que viajei a outro mundo e conheci a Poesia.
Douglas
Jefferson, bacharel em Filosofia
OBS.: Poema classificado
em segundo lugar, categoria Poesia Adulto, no VI Concurso Literário Pérolas da
Literatura. Foi recitado pelo ator Fabiano Santos, de Santos – SP, na
cerimônia de premiação do concurso, promovido pela prefeitura da cidade de
Guarujá, no teatro Procópio Ferreira em 11 de dezembro de 2015.
DICA: leia novamente o
poema na companhia da música "Comptine d'un autre été:
L'après-midi", de Yann Tiersen. Inspirei-me nela enquanto compunha os
versos. Voilà:
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