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sábado, 13 de junho de 2020

ENTREVISTA com João Pedro Doederlein (@akapoeta)


ENTREVISTA com João Pedro Doederlein (@akapoeta)

13 de junho de 2020
Douglas Jefferson, bacharel em Filosofia
Foto por: Pryscilla Dantas.

            João Pedro Doederlein – ou @akapoeta – é um escritor de Brasília, conhecidíssimo na internet em razão, primeiramente, de seus verbetes “ressignificando” palavras. Através de sua página no Facebook, a Contos Mal Contados, e do Instagram, o poeta alçou voos longínquos, chegando às redes de globais, como Bruna Marquezine e Grazi Massafera¹, até elencar os topos das listas de livros mais vendidos do país.
            Com apenas 23 anos, tendo concluído – até agora – 9 semestres do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Brasília, o jovem escritor versa com sensibilidade e paixão. Seus textos são bem característicos. Uma palavra, em forma de verbete de dicionário, encabeça os versos, que tiram os significados para dançar e florescem as coisas mais profundas e as coisas mais banais. São convites à contemplação de inúmeros objetos e ideias, tudo por intermédio de seu filtro de poesia.
            Por enquanto, João possui três livros autorais. O primeiro é o “Livro dos ressignificados” (2017), bestseller que reúne uma seleção de seus melhores verbetes postados na internet (com a inclusão de ressignificados inéditos); o segundo se chama “Coração-granada” (2018), que segue a fórmula do anterior, mas acrescenta outros tipos de poemas; o terceiro – e mais recente – é “O invisível aos olhos: textos de amor inspirados em O Pequeno Príncipe” (2019), onde Doederlein faz um diálogo com o clássico de Antoine de Saint-Exupéry.
            Na sequência, o poeta nos conta, com suas próprias palavras, alguns momentos e curiosidades sobre sua carreira literária:



DOUGLAS: Lembro quando, há três anos, você me enviou uma mensagem no Facebook, super feliz, agradecendo a postagem do seu verbete “Crush” na “Moça, você é mais poesia que mulher”. No mesmo dia, “Poetastro” e “Brasileiríssimos” compartilharam. Você comemorou como um gol. Naquela época, imaginava o tamanho do sucesso que viria nos próximos meses – e levaria seu nome às listas de bestsellers?

JOÃO: Essa era uma época boa, sinto saudades de lembrar desses sentimentos. Naquela época, eu comemorava cada conquista, cada passo em frente que eu conseguia dar. Eu não imaginava o que o futuro reservava pra mim, embora eu lutasse por isso. Eu não sabia direito pelo o que eu estava lutando, mas eu estava com todas as forças e não desistiria. Escrever me fazia bem e eu queria que meus textos chegassem no maior número de pessoas possível.

DOUGLAS: Qual foi o momento mais feliz da sua carreira literária até então?

JOÃO: Ninguém nunca me fez essa pergunta. Perguntam a maior conquista, o momento de maior orgulho, o auge... Mas eu diria que o momento mais feliz foi abraçar meus pais depois da minha primeira noite de autógrafos e sentir que eu havia conseguido. Eu tinha um futuro e um motivo pra sentir orgulho, e mais, dar orgulho para eles.

DOUGLAS: Como a poesia entrou na sua vida?

JOÃO: Com meu avô recitando Mario Quintana pelos cômodos da casa quando eu tinha cinco anos.

DOUGLAS: Seus verbetes, ressignificando palavras, versam de temas universais à pormenores intimistas. Como eles são criados? Há um quê essencial de inspiração momentânea (como um lampejo de luz a revelar a ideia), um trabalho de construção e polimento (demorado, racional, com várias revisões) ou as duas coisas?

JOÃO: Eles falam da minha vida em sua grande maioria, eu olho pra dentro e me pergunto (literalmente) o que tal palavra significa pra mim naquele momento. Eles têm no máximo duas revisões de conteúdo (feitas por mim) e depois passam por revisões gramaticais feitas pela minha revisora.

DOUGLAS: Seu mais recente trabalho chama-se “O invisível aos olhos”, que se norteia na obra “O Pequeno Príncipe”. Como foi dialogar com o clássico?

JOÃO: Foi um desafio, mas ao mesmo tempo foi natural. Afinal, falamos da mesma coisa, o coração humano. Não era uma questão de “o que” e sim de “quando”. E devo dizer que foi uma honra ser escolhido.

DOUGLAS: Quais são os seus planos artísticos para o futuro?

JOÃO: Eu gostaria de lançar mais livros de poesia e partir para os romances. Além de escrever músicas com artistas que admiro, como Pedro Salomão, Anavitória, Jade Baraldo, Joana Castanheira, Melim, e muitos outros que escuto diariamente!

DOUGLAS: Para encerrar, poderia nos indicar alguns dos seus livros e filmes prediletos? E o que você anda lendo atualmente?

JOÃO: Love and Misadventures da Lang Leav; Fogo Frio, Poemas de trás da geladeira da Yasmin Gomlevsky e Milk and Honey da Rupi Kaur são três dos meus favoritos de poesia. Filmes… Eu recomendaria “A Viagem de Chihiro” e “O Lado Bom da Vida”. E também sou apaixonado por animações, então deixo aqui a indicação de “Over The Garden Wall”.

Conheça o trabalho de João Doederlein nas redes sociais:





FONTES: ¹CARNEIRO, Raquel; KUSUMOTO, Meire. Instapoetas, o fenômeno que tirou a poeira da poesia: jovens autores impulsionam o gênero na internet – e na lista de best-sellers. Disponível em: < veja.abril.com.br/especiais/instapoetas-o-fenomeno-que-tirou-a-poeira-da-poesia/>. Acesso em: 10 dez. 2019.
QUEIROZ, Beatriz. Em livro, João Pedro Doederlein dá novos sentidos a palavras do dia a dia. Disponível em: <correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2017/08/17/interna_diversao_arte,618258/novo-livro-de-joao-pedro-doederlein.shtml>. Acesso em: 10 dez. 2019.
ANTONIO, Thais. João Doederlein. Disponível em: < lupa.atavist.com/joao-doederlein>. Acesso em: 10 dez. 2019.
Encontro com Fátima Bernardes: Poeta lança livros com novos sentidos para as palavras (em 31 de agosto de 2017).

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